Justiça
Após discussão, Dino manda Polícia Judicial retirar advogado de Filipe Martins da tribuna do STF
Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa do réu do núcleo 2 da trama golpista, se recusou a sair do púlpito após ter um pedido negado pela Primeira Turma
O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa de Filipe Martins no julgamento do núcleo 2 da trama golpista, discutiu com o ministro Flávio Dino após ter pedidos negados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Após o bate-boca, ele se recusou a deixar a tribuna da Corte e precisou ser convidado a se retirar por um agente da Polícia Judicial.
Chiquini pedia que as novas provas obtidas pela Procuradoria-Geral da República e apresentadas apenas nas alegações finais fossem retiradas dos documentos do processo que acusa o seu cliente de elaborar a minuta do golpe. “A principal tese é que não havia os registros oficiais de entrada no GSI. Nas alegações finais o PGR trouxe novos documentos que não sabemos a origem, não acautelados aos autos, após o encerramento da instrução”, alegava o advogado.
Além disso, ele solicitava que dois slides, rejeitados anteriormente pelo relator Alexandre de Moraes, pudessem ser disponibilizados para demonstração na sustentação oral.
Ao recusar a questão, Moraes afirmou que se os slides fossem importantes teriam sido juntados aos autos no momento oportuno e que as demais questões de ordem seriam resolvidas durante a leitura dos votos.
Contrariado com a decisão, o advogado voltou ao púlpito e insistiu na discussão. Dino, incomodado, subiu o tom: “não foi concedida a palavra, doutor”. Diante da resistência do advogado, Dino, que preside a Primeira Turma, pediu à Polícia Judicial que retirasse ele do local para que se sentasse nas cadeiras do público.
Chiquini, que não gostou da atitude do policial, o encarou, mas desistiu de qualquer tentativa de revidar, sentando-se ao lado de seu cliente, que responde pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Assista ao momento da discussão:
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