Justiça

André Mendonça pede destaque e caso que pode levar Collor à prisão será reiniciado

Após formar maioria para manter a condenação, o STF terá que reavaliar o pedido do ex-presidente presencialmente

André Mendonça pede destaque e caso que pode levar Collor à prisão será reiniciado
André Mendonça pede destaque e caso que pode levar Collor à prisão será reiniciado
O ex-presidente Fernando Collor. Foto: Antonio Augusto/Ag. Camara Senador Fernando Collor de Mello (Antonio Augusto/Ag. Camara)
Apoie Siga-nos no

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu destaque e interrompeu o julgamento virtual do caso que pode levar o ex-presidente Fernando Collor à prisão.

Pelas regras do tribunal, o pedido feito por Mendonça faz com que a análise virtual seja interrompida e o caso, obrigatoriamente, seja reiniciado presencialmente no plenário do Supremo. Cabe ao presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, determinar a data para a reavaliação do caso.

O pedido de destaque foi feito por Mendonça neste sábado 9, pouco depois do STF formar maioria para manter a condenação de Collor. Pela regra, os ministros terão que proferir novos votos quando o caso for retomado.

O caso, envolvendo crimes ligados à BR Distribuidora, atinge Collor e os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos.

Segundo a denúncia apresentada em 2015 pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente, com a ajuda dos outros réus, recebeu 20 milhões de reais para viabilizar irregularmente contratos da estatal com a UTC Engenharia voltados à construção de bases de distribuição de combustíveis.

O político alagoano foi condenado a 4 anos e 4 meses pelo crime de corrupção passiva e a 4 anos e 6 meses por lavagem de dinheiro. Uma terceira acusação, por associação criminosa, foi considerada prescrita, uma vez que o Collor tem mais de 70 anos.

A defesa alegou no recurso ao STF ter havido um equívoco na contagem de votos que definiu o tamanho da pena, além de sustentar que não há provas contra Collor. A ideia dos advogados é reduzir a pena do político para evitar o regime fechado.

Na sexta-feira, o STF havia formado maioria para manter a pena que levaria Collor à prisão. Votaram nesse sentido, além do relator Alexandre de Moraes, os ministros Edson Fachin,
Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.

Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli divergiriam e votaram para acolher o pedido da defesa. Restavam os votos de Mendonça, que pediu o destaque, e do ministro Kassio Nunes Marques, que não votou antes do caso ser interrompido. Cristiano Zanin se declarou impedido, como tem feito em todos os julgamentos que envolvem a operação Lava Jato.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo