Justiça
Advogados desistem de defesa de primo de Nikolas Ferreira preso por tráfico
Defensoria Pública vai assumir ação de Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, detido por transportar 30 quilos de maconha e quase 4 gramas de cocaína em Minas Gerais


A defesa de Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), abandonou o caso na última segunda-feira 9. Fernandes está preso desde maio por suspeita de tráfico de drogas.
Ana Carolina Santos Machado, que era responsável pela defesa, confirmou a saída ao site UOL, mas não explicou os motivos da decisão. Seu escritório atua em Nova Serrana (MG), cidade para onde o acusado declarou estar levando os entorpecentes.
Agora, a Defensoria Pública deve assumir o caso, conforme decisão da juíza Ana Régia Santos Chagas designou. A magistrada também negou habeas corpus solicitado pelos defensores públicos.
Fernandes foi detido pela Polícia Federal transportando 30,2 quilos de maconha e 3,82 gramas de cocaína. A apreensão aconteceu na BR-452, sentido Belo Horizonte, com a droga escondida no porta-malas de um carro. Ele está no presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia.
Nikolas demorou a se pronunciar sobre o caso, mas, na semana passada, disse que “quem é preso com drogas merece cadeia”. Ele acusou seus opositores de estarem fazendo uma “tentativa forçada” de vinculá-lo à prisão.
“Não é uma situação que mereça que eu perca meu tempo, até porque não é algo que me envolva”, disse o deputado.
O pai de Glaycon, Enéas Fernandes (PL), concorreu à prefeitura de Nova Serrana em 2024. Nikolas participou da campanha do tio, comparecendo a carreatas e reuniões eleitorais. O PL investiu 430 mil reais na candidatura.
Em abril de 2024, quando Enéas era pré-candidato, Nikolas destinou 1 milhão de reais em emendas para a saúde de Nova Serrana.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.