Para além dos escândalos noticiados pela mídia, a sociedade precisa falar das práticas legalizadas de apropriação do patrimônio público pelo capital privado
O tema da corrupção e de seu suposto combate volta à pauta com intensidade de tempos em tempos e deverá ser recorrente neste ano eleitoral. Ainda que debater a corrupção seja de extrema importância, é essencial que façamos, enquanto sociedade, uma discussão atualizada e realista de suas implicações e que saibamos identificar onde ela de fato reside.
Antes, é preciso dizer que a corrupção é um fenômeno milenarmente presente na vida social. Surge com o sentido atual que conhecemos, de apropriação privada de patrimônio público, a partir da modernidade, quando o patrimônio do soberano, que se confundia com o Estado, deixa de existir, e o patrimônio do Estado passa a ser visto como propriedade pública.
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1 comentário
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS8 de fevereiro de 2022 03h46
Verdade, caro Pedro Serrano, eis que a sangria do mercado financeiro é pior que a corrupção propriamente dita dos políticos, tão explorado midiaticamente. E olha que a corrupção no Brasil não está entre as primeiras do globo, mas é intensamente alardeada. Talvez seja essa uma tática de esconder o que o mercado financeiro nos surrupia diariamente. A Lava Jato se apropriou muito desse discurso moralista, juntamente com essa mídia marrom acossando o judiciário e um Ministério Público Federal acumpliciado. Recentemente Sérgio Moro se denunciou, dizendo ser o chefe da Lava Jato, um escândalo que a grande mídia não mostra. A corrupção em si não é o pior dos males, pois ela já está tipificada no Código Penal, pior que ela é a corrupção que é legalizada, a dos bancos e do mercado financeiro com a interminável Dívida Pública.
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