Justiça
2ª Turma do STF forma maioria para manter prisão do ‘Careca do INSS’ e de Maurício Camisotti
Votaram para referendar a prisão os ministros Kassio Nunes Marques, Edson Fachin e André Mendonça. Gilmar Mendes, decano do STF, declarou-se impedido de participar


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria, neste domingo 28, para manter a prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. O julgamento ocorre no plenário virtual do STF, com previsão de término às 23h59 da próxima sexta-feira 3.
Votaram para referendar a ordem de prisão os ministros Kassio Nunes Marques, Edson Fachin e André Mendonça. Gilmar Mendes, decano do STF e integrante do colegiado, declarou-se impedido de se manifestar no caso. Ainda resta o voto do ministro Dias Toffoli.
Segundo a Polícia Federal, Antunes é apontado como lobista e intermediador do esquema que promoveu descontos indevidos em benefícios previdenciários, desviando recursos que chegariam a 2 bilhões de reais em um ano. Parte do dinheiro teria sido repassada a servidores do INSS, familiares e empresas ligadas a eles. Camisotti é investigado como beneficiário direto das fraudes.
As investigações revelaram que o Careca e pessoas próximas movimentaram 53,5 milhões de reais, além de manter uma rede de empresas usada para lavagem de dinheiro. A polícia ainda identificou a compra de uma casa nos Estados Unidos, viagens frequentes ao exterior e a posse de veículos de luxo, entre eles quatro Porsches e quatro BMWs, o que reforçou a tese de risco de fuga.
Na quinta-feira 25, Antunes prestou depoimento à CPMI do INSS, no Congresso, onde negou envolvimento no esquema e afirmou que sua prosperidade é fruto de “trabalho honesto”. Ele também reclamou do apelido de “Careca do INSS” e disse que sua prisão foi fundamentada em “mentiras”.
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