Como a matéria de capa da edição mais recente deixa claro, CartaCapital obteve, de uma fonte anônima, um arquivo com documentos sigilosos referente às investigações da Operação Spoofing. Os documentos demonstram uma série de práticas desonestas e ilegais por parte de um setor da Polícia Federal aparelhado pelo bolsonarismo.
Esse setor da PF tem manipulado o inquérito que apura as invasões aos celulares de autoridades com o objetivo de emplacar uma versão política e influenciar o debate eleitoral de 2022. O objetivo é empregar as mesmas técnicas lavajatistas de intimidação e ameaça para forçar os réus a fazerem uma delação premiada que permita fabricar uma ligação entre os hackers e o Partido dos Trabalhadores.
Como os documentos deixam claro, as evidências para sustentar essa tese são extremamente frágeis. A análise dos documentos e do que dizem as partes envolvidas deixa claro que o objetivo não é de fato obter uma condenação ou esclarecer definitivamente o caso, que já foi resolvido, mas manter o inquérito aberto indefinidamente e envolver nomes politicamente relevantes na investigação. Essas práticas, bastante similares às empregadas pela Operação Lava Jato, constituem um abuso grave do poder de investigação investido nas autoridades policiais.
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