O Ministério Público de Goiás reuniu indícios de que atletas venderam o resultado do primeiro tempo do jogo entre Goiás e Goiânia, pelo campeonato estuadual, disputado em 12 de fevereiro deste ano.
O site ge revelou nesta sexta-feira 12 um conjunto de transcrições de conversas, depósitos bancários e comprovantes de apostas obtidos pelo MP-GO. O material indica que a partida foi armada para chegar com derrota do Goiânia ao final do primeiro tempo.
Em linha com o esquema, o duelo foi para o intervalo com o placar de 2 a 0 a favor do Goiás.
O site divulgou um diálogo entre Bruno Lopez, apontado como líder do esquema, e Denner Barbosa, um jogador que à época atuava no futebol mato-grossense, mas manteria contatos com o cenário goiano.
Denner sugeriu a Bruno ter cooptada “a linha de trás todinha” do Goiânia. O suspeito de liderar o esquema ofereceu 10 mil reais para cada jogador e, na sequência, enviou o comprovante de um depósito de 20 mil reais na conta de Denner como adiantamento.
Após o jogo, a dupla comemorou o resultado. “Os mlk é nosso”, escreveu Denner. “Boa papai. Coisa linda em”, respondeu Bruno.
Ao Jornal Nacional, da TV Globo, o advogado de Denner afirmou que ele fingiu que participaria do esquema para receber o dinheiro de uma dívida antiga que Bruno mantinha. Disse, ainda, que Denner encerrou o contato logo após ter sido enviado o comprovante. Em nota, a defesa também declarou que provará a inocência do atleta.
Bruno Lopez está preso preventivamente e seu advogado não se manifestou.
Na última quarta-feira 10, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que um esquema de manipulação de jogos de futebol no Brasil será alvo de um inquérito da Polícia Federal.
Um dia antes, o MP-GO informou ter denunciado à Justiça 16 pessoas por fraudes para manipular resultados de 13 partidas de futebol (oito do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, uma da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais de 2023) a fim de favorecer apostas esportivas.
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