Esporte

Messi é eleito ‘Atleta do Ano’ pela revista Time

O jogador, vencedor de oito Bolas de Ouro, chocou a todos ao anunciar em junho que estava deixando o futebol europeu para continuar sua carreira no Inter Miami

O argentino Lionel Messi ao receber a Bola de Ouro, em 30 de outubro de 2023. Foto: Franck Fife/AFP
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Aos 36 anos, o craque argentino Lionel Messi foi eleito o ‘Atleta do Ano’ pela renomada revista Time, em reconhecimento ao impacto inédito de sua chegada ao futebol dos Estados Unidos.

“Messi conseguiu o que antes parecia impossível: transformar os Estados Unidos numa nação futebolística”, afirmou a publicação, que lhe dedicou a capa e um artigo no qual foram entrevistadas figuras como o próprio capitão da ‘Albiceleste’ e o inglês David Beckham.

Messi, vencedor de oito Bolas de Ouro, chocou a todos ao anunciar em junho que estava deixando o futebol europeu para continuar sua carreira no Inter Miami, franquia que tem Beckham como um dos donos e que na época ocupava o último lugar na tabela da MLS.

“A verdade é que, felizmente, tinha várias opções interessantes na mesa e tive que analisá-las e pensar nelas, até pesá-las junto com a minha família, antes de tomar a decisão final de vir para Miami”, disse Messi à Time. “A minha primeira opção era voltar ao Barcelona, mas não foi possível. Tentei voltar e não aconteceu”.

“Também é verdade que depois pensei muito em ir para o campeonato saudita, onde conheço o país e eles criaram uma competição muito poderosa que pode se tornar uma liga importante num futuro próximo”, explicou. “Como embaixador do turismo do país, foi um destino que me atraiu, até porque desfrutei de tudo que eu conheci lá”.

No final, “era a Arábia Saudita ou a MLS, e as duas opções me pareceram muito interessantes”, resumiu.

A contratação de Messi, a maior da história da MLS, transformou completamente o Inter Miami, catapultando o clube ao primeiro título de sua história, a Leagues Cup, na qual o astro brilhou marcando 10 gols em sete jogos.

Vários desses gols pareciam ter sido escritos por um roteirista de Hollywood, como a cobrança de falta que deu ao Miami a vitória nos acréscimos na estreia do argentino contra o Cruz Azul, para espanto de celebridades como LeBron James e Serena Williams e a emoção que levou às lágrimas o próprio Beckham.

“Lembro de entrar no carro no caminho de volta e dizer a Victoria: ‘Nem tenho certeza se posso dirigir para casa'”, explicou o ex-capitão da Inglaterra à Time. “Eu não poderia ter escrito melhor. Foi pela MLS e pelos Estados Unidos. Era pelo futuro do futebol.”

“Uma nação do futebol”

“Lá estava o melhor jogador de futebol vivo, possivelmente o melhor que já praticou o esporte mais popular do mundo, que no ano passado levou a Argentina a vencer sua primeira Copa do Mundo em quase quatro décadas, vestindo a camisa de um clube americano que ocupa a última posição”, diz a matéria da Time.

“Aos 36 anos, após duas décadas de uma carreira sem paralelos, Messi proporcionou um estímulo único ao futebol nos Estados Unidos. O público, os preços dos ingressos, as vendas de artigos e a audiência dispararam. Suas partidas assumiram o aspecto de um renascimento religioso”, descreveu a revista.

A chegada de Messi, diz a publicação, provocou um aumento de 40% no comparecimento aos jogos do Inter e também se tornou um fenômeno em jogos fora de casa, atraindo mais de 62 mil espectadores ao estádio do Chicago Fire.

Na MLS, Messi não conseguiu repetir o sucesso da Leagues Cup, já que teve problemas físicos que o impediram de ajudar o Inter a se classificar para os playoffs.

“Por razões que têm sido discutidas há décadas (pontuação baixa nos jogos, o fato de não ser tão violento quanto o futebol americano ou divertido como o basquete, e ter o status de produto importado do exterior), os Estados Unidos, mercado esportivo mais lucrativo do mundo, nunca abraçaram completamente o rei dos esportes”, lembrou a Time.

“Recentemente, no entanto, o esporte teve um crescimento impressionante, e com os Estados Unidos sediando três grandes torneios internacionais nos próximos três anos (a Copa América em 2024, o Mundial de Clubes da Fifa em 2025 e o maior de todos eles, o Copa do Mundo, em 2026), com certeza atrairá ainda mais fãs”, observou.

“Mas Messi é um acelerador. Com o atleta mais reverenciado e influente do planeta jogando em Miami pelo menos pelos próximos dois anos, ainda atuando no mais alto nível (…) os Estados Unidos são agora uma nação do ‘soccer’. Uma nação do ‘fútbol'”, enfatizou a mídia americana.

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