Lula volta a condenar ataques racistas contra Vini Jr. na Espanha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar as ofensas racistas direcionadas a Vinícius Júnior por torcedores rivais na Espanha. A declaração de Lula ocorreu em meio ao anúncio do programa contra a desigualdade racial, o Plano Juventude Negra Viva, nesta quinta-feira 21.

Lula usou a situação do jogador da Seleção Brasileira e do Real Madrid para exemplificar a dificuldade da sociedade em reconhecer o racismo estrutural.

“Um dos jogadores brasileiros mais importantes do mundo, que joga no time mais importante do mundo, o Real Madrid, o jovem Vini Jr. ser acusado, difamado e achincalhado dentro dos estádios da Espanha, que é um país considerado rico e civilizado”, disse o presidente em tom de lamento.

“Mas que a questão do racismo parece que não saiu da cabeça de uma sociedade branca que a ideia fixa que a supremacia de tudo é branca e que o negro é cidadão de segunda classe”, condenou, então, o petista. 

Relembre

Já são mais de oito casos registrados de racismo contra o atleta em dois anos. O episódio mais recente aconteceu na última quarta-feira 13, quando imagens registradas em vídeo mostraram torcedores do Atlético de Madri chamando o atleta do clube rival de chimpanzé. O jogo sequer envolvia a participação de Vini Jr.

Em março do ano passado, a sétima denúncia de racismo contra Vini Jr., aconteceu durante o empate sem gols entre Betis e Real Madrid. Fãs do time alviverde chamaram o atacante de “macaco” e viraram alvos de uma queixa prestada ao Juizado de Instruções de Sevilha, com imagens de televisão como prova.

Em janeiro de 2023, os torcedores espanhóis penduraram um boneco enforcado em uma ponte na capital com a camisa do brasileiro. Durante o jogo, Vini Jr. atuou normalmente e foi provocado em campo.

Um mês depois deste episódio, o atacante brasileiro foi alvo de racistas em jogo contra o Mallorca, quando um torcedor o chamou de “macaco”. 

Esse caso terminou em identificação do criminoso, que foi impedido de frequentar estádios por um ano e multado em 4 mil euros, cerca de 22 mil reais na época.