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Judoca Bia Souza ganha o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Paris

Transmissões oficiais das Olimpíadas destacam simbolismo de uma mulher negra ser a primeira a garantir o prêmio máximo da competição para o País

Judoca Bia Souza ganha o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Paris
Judoca Bia Souza ganha o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Paris
Foto por Luis ROBAYO / AFP
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A judoca Beatriz Souza garantiu a primeira medalha de ouro do Brasil nessa edição dos Jogos Olímpicos de Paris. Ela foi a vencedora da categoria +78kg, que teve a final realizada nesta sexta-feira 2. 

A judoca disputava a medalha com a atleta israelense Haz Hershko, a segunda colocada no ranking mundial na categoria. A brasileira, porém, dominou a luta, principalmente após acertar um waza-ari, com apenas 44 segundos de disputa.

A pontuação garantiu a vitória para a brasileira ao final do tempo regulamentar. 

Bia Souza é a única judoca a receber uma medalha de ouro logo na sua primeira Olimpíada. Em 2021, ela não competiu após perdeu a vaga para Maria Suelen Altheman, à época adversária e hoje sua treinadora.

Beatriz se junta as duas outras judocas brasileiras a ganharem ouro na modalidade, Sarah Menezes, em Londres-2012, e Rafaela Silva, no Rio-2016. A conquista, vale dizer, é inédita na categoria +78 kg. 

Na edição francesa dos jogos, esse é a terceira medalha de judocas brasileiros. Willian Lima foi prata na categoria meio-leve e Larissa Pimenta ganhou a medalha de bronze na mesma categoria feminina.

Com o ouro de Beatriz, o Brasil também chega a sua sétima medalha em Paris (um ouro, três pratas e três bronzes) e à 25ª no judô olímpico.

Mulher negra

O título conquistado por Bia Souza nesta sexta-feira também tem um tom simbólico por vir de uma mulher negra, conforme destacaram as duas transmissões oficiais dos Jogos no Brasil. Na prática, a judoca vencedora é representante da maior parcela da população brasileira, a das mulheres negras, atualmente formada por 60 milhões de pessoas ou 28,5% de toda a população, segundo os dados do Censo do IBGE.

A própria atleta fez questão de dar destaque ao simbolismo da conquista em entrevista à Caze Tv após a luta:

“Mulherada, pretos e pretas do mundo todo, é possível, acreditem. Às vezes a gente acha que pode estar pagando muito caro, mas vale cada centavo quando a gente conquista o que a gente quer. Acreditem.”

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