Esporte

‘Inacreditável’, diz Anielle após crítica de bolsonaristas por uso de avião da FAB

Na final da Copa do Brasil, a ministra assinou um protocolo com a CBF para ações de combate ao racismo

Foto: Willian Meira/Ministério do Esporte
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, classificou de “inacreditável” o fato de bolsonaristas a criticarem por usar um avião da Força Aérea Brasileira para se deslocar de Brasília a São Paulo no domingo 24.

Na partida entre São Paulo e Flamengo, pela final da Copa do Brasil, os ministérios do Esporte e da Igualdade Racial assinaram um protocolo de intenções com a Confederação Brasileira de Futebol.

Segundo o governo, o objetivo é combater o racismo por meio de campanhas de conscientização que reforcem o papel estratégico do futebol para a superação do preconceito, além de aprimorar os canais de denúncia e estimular o principal esporte do País como instrumento de promoção da inclusão racial em suas diferentes áreas de atuação.

Nas redes sociais, porém, parlamentares da oposição ironizaram a viagem de Anielle em uma aeronave da FAB. “Bora trabalhar porque a Anielle Franco tem que usar jatinho da FAB pra ir em jogo de futebol com seu dinheiro”, escreveu o deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG).

“É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso. O que de fato incomoda?”, reagiu Anielle em publicação no X, ex-Twitter.

“Importante reconhecer que práticas de desinformação, manipulação da verdade e a divulgação de noticias falsas configuraram violência política de Gênero e Raça, na tentativa de impedir o nosso trabalho. Não são ataques a este ministério ou a mim, mas ao povo brasileiro.”

Anielle Franco também compartilhou mensagens nas redes sociais que lembram o caso do ex-sargento da FAB Manoel Silva Rodrigues, condenado pela Justiça Militar da União a 14 anos e seis meses de prisão por tráfico de drogas. Ele foi flagrado com 37 quilos de cocaína pura na Espanha, ao desembarcar de uma aeronave da Força Aérea Brasileira, em 2019, em um voo da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro.

“Fiz o L para isso mesmo… Pra que a notícia seja a de que uma ministra de Estado utilizou avião da FAB para trabalhar, e não para transportar substâncias ilícitas”, diz uma das publicações compartilhadas por Anielle, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso Nacional.

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