Esporte

Alvo de comentários racistas por comemoração, Vini Jr. e brasileiros dançam na Copa

Jogador foi alvo de injúrias raciais em um programa espanhol quando celebrou os gols pelo Real Madrid

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Após abrir o placar na disputa entre o Brasil e Coreia do Sul pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, o jogador Vinícius Júnior comemorou o gol dançando. 

A celebração do jogador havia recebido comentários racistas por apresentadores de TV da Espanha que o comparam a um macaco. 

Em resenha sobre um jogo do Real Madrid e Atlético no programa esportivo “El Chiringuito”, o comentarista Pedro Bravo afirmou que a comemoração de Vini Jr. seria desrespeitosa com seus colegas de elenco. 

“Tem que respeitar, se quer dançar samba, vá fazer isso no Brasil. Aqui, tem que respeitar seus companheiros de profissão e deixar de ser macaco”, declarou Bravo.

Após receber críticas, o apresentador se desculpou e alegou que o comentário não teria tom racista. 

O jogador recebeu diversas mensagens de solidariedade de colegas, celebridades e integrantes da imprensa. 

O atacante se manifestou apontando que afirmações como a de Bravo, a acompanharam durante toda a sua carreira. 

“Fui vítima de xenofobia e racismo em uma só declaração, mas nada disso começou ontem. Há semanas, começaram a criminalizar minhas danças. Danças que não são minhas: são de Ronaldinho, Neymar, Paquetá, Pogba, Matheus Cunha, Griezmann e João Félix; dos funkeiros e sambistas brasileiros, dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem, ou surtem. Eu não vou parar”, disse em depoimento emocionante.

Vini Jr. ainda aproveitou para mandar um recado para aqueles que proferem outros insultos contra ele. 

“E o roteiro sempre termina com um pedido de desculpas ou um “Fui mal interpretado”. Mas repito para você, racista: Eu não vou parar de bailar. Seja no Sambódromo, no Bernabéu ou onde eu quiser”, concluiu.

Em campo, o atacante deu a sua resposta: comemorou um dos gols da vitória do Real do Atlético por 2 a 1.

Rodrygo, também jogador da Seleção, acompanhou na dança, que não foi transmitida pelo telão do estádio. 

Ainda assim, a torcida do Atleti chegou a gritar “Vinicíus, morra”, de acordo com o jornal espanhol Marca, e também arremessaram objetos no campo.

Os alto-falantes do estádio fizeram uma advertência para os torcedores, mas ninguém foi punido pelo ato. 

Segundo o Ministério Público de Madrid, os gritos “não constituiriam crime contra a dignidade da pessoa afetada”, além de argumentar que os cantos não foram repetidos mais de duas vezes “e que duraram alguns segundos”.

Mais uma vez, Vini se manifestou nas redes sociais afirmando que seguiria na luta e que não iria parar. 

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