AGU tenta reverter arquivamento de representação contra Wallace por post sobre tiros em Lula

Para o órgão, deixar de punir o atleta seria 'suavizar os contornos e relativizar a extrema gravidade da conduta adotada'

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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A Advocacia-Geral da União pediu nesta sexta-feira 3 que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Voleibol reconsidere a decisão de arquivar uma ação movida contra o jogador Wallace Souza. Em janeiro, o atleta bolsonarista publicou nas redes sociais uma mensagem de violência contra o presidente Lula (PT).

Ao arquivar a representação, o procurador-geral do STJD considerou que “a conduta do atleta não foi praticada em ambiente esportivo e não teve qualquer relação com o esporte” e, por isso, o julgamento não deveria ocorrer na instância esportiva.

Para a AGU, porém, deixar de punir o atleta seria “suavizar os contornos e relativizar a extrema gravidade da conduta adotada”.

No documento, o núcleo jurídico do governo federal ainda aponta que a conduta de Wallace afronta o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e avalia que o fato de o jogador possuir prestígio internacional pelas vitórias em competições internacionais seria, por si só, motivo para punição exemplar.

“A postagem do atleta nas redes sociais encontra, assim, terreno fértil para a reprodução de ações violentas e criminosas, o que deve ser veemente combatido e repreendido por toda a sociedade civil”, escreve a AGU. “Atos terroristas como os de 8 de janeiro e assassinatos em massa sob os pretextos mais vis, inclusive com armas do mesmo calibre veiculado pelo representado (como o que ocorreu recentemente em Sinop-MT), tendem a se propagar na sociedade, sob a influência de manifestações de ódio, como a ora impugnada.”

Defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Wallace publicou uma enquete no Instagram em resposta a um seguidor que o questionou sobre “dar um tiro na cara do Lula”. O atleta então perguntou: “Alguém faria isso?”.


Após a repercussão, ele foi afastado do Sada Cruzeiro, time pelo qual jogava. O clube repudiou “qualquer ato que possa significar incitação à violência”.

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