Entrevistas

Diálogo do PT com Lira não está vinculado a eleição na Câmara, diz Alencar Santana

Em relação ao orçamento secreto, líder da Minoria diz que o modelo não pode permanecer, mas a negociação deve ser mais difícil. Veja a entrevista

O líder da minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP). Foto: Reprodução
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Líder da minoria na Câmara, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) afirmou que o diálogo entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem relação com uma suposta intenção do seu partido de apoiá-lo para a reeleição na Casa.

Lula tem encontro marcado com Lira nesta semana para negociar a liberação de recursos que garantam benefícios sociais já no início do ano que vem, como o pagamento do Bolsa Família de 600 reais, o acréscimo de 150 reais para cada criança de até seis anos e o aumento real do salário mínimo.

De acordo com Santana, o PT ainda deve discutir qual será a sua posição nas votações para as presidências da Câmara e do Senado, previstas para o início da próxima legislatura.

“Não estamos fazendo uma coisa vinculada à outra”, declarou o parlamentar em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube. “Esse debate sobre a sucessão da Mesa ainda não foi feito.”

O deputado afirmou ainda que essas conversas sempre ocorreram, “mesmo nos momentos mais duros”. Segundo ele, Lira tem agido de maneira “simpática” para encontrar uma solução sobre os benefícios sociais.

A equipe de Lula, porém, ainda não decidiu se os recursos serão liberados por meio de uma proposta de emenda à Constituição ou de um crédito extraordinário. O novo governo conta com 11 itens considerados como essenciais, que seriam bancados por um montante de cerca de 175 bilhões de reais.

Caso haja uma PEC da Transição, Lula dependerá de uma votação no Congresso para aprovar o texto.

“Eu creio que a Câmara vá votar de maneira favorável”, afirmou Santana.

Outro desafio envolve o modo como o PT deve lidar com o orçamento secreto, um dos principais meios de articulação entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Congresso Nacional. Entre aliados de Lula, cogita-se carimbar as emendas de relator e determinar, via Planalto, as áreas para as quais esses recursos serão destinados.

Na entrevista, Santana ressaltou que o PT não tem a maioria, o que deve tornar a negociação mais difícil.

“Logicamente, não dá para continuar do jeito que está”, avaliou o parlamentar petista. “Mas se houver uma pressão do outro lado, se for continuar com algo semelhante a isso, tem que ter a transparência devida, a identificação, o controle. E o governo, ao mesmo tempo, tem que fazer o planejamento do seu investimento.”

A entrevista está disponível na íntegra no YouTube.

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