CPI do MST está desmoralizada e serviu de palco para a violência política, diz Sâmia

Alvo de ataques nas sessões, a deputada do PSOL afirmou que a misoginia é um elemento característico da extrema-direita

Reprodução/YouTube

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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse considerar que as mudanças promovidas por PP, Republicanos e União Brasil na composição da CPI do MST não possuem firmeza ideológica com a luta social no campo e atendem apenas “ao compromisso feito com o governo Lula”.

Diante do avanço nas negociações com o Palácio do Planalto por mais espaço na Esplanada, os partidos substituíram parlamentares bolsonaristas por nomes mais simpáticos à gestão petista. As trocas alteraram a correlação de forças na comissão, e o relatório dos trabalhos, a ser apresentado pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP), pode ser rejeitado.

Para Sâmia Bomfim, a CPI foi criada apenas com o objetivo de “aglutinar uma base bolsonarista” no momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está cercado de investigações.

“Depois de três meses, eles não conseguiram apresentar nada de útil para a sociedade. Foram só acusações, ilações sobre o movimento social que, aliás, tiveram o efeito contrário e deixaram o MST ainda mais forte”, afirmou em entrevista a CartaCapital nesta quarta-feira 16. “O fato é que a CPI está completamente desmoralizada. Está evidente que ela serviu de palco para a violência política, perdeu a credibilidade e essa é a nossa primeira vitória.”

Alvo de ataques de bolsonaristas durante as sessões, a deputada destacou que a misoginia é um elemento característico da extrema-direita.

“O Bolsonaro também ficou conhecido pelos ataques que fez à deputada Maria do Rosário. Muita gente aplaude esse tipo de comportamento. Por outro lado, a sociedade brasileira repudia isso e, por esta razão, vamos até o fim nesta batalha para responsabilizá-los pelo que eles fazem e continuam fazendo.”


No início de agosto, o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da CPI, proferiu declarações machistas e gordofóbicas contra Sâmia Bomfim durante a oitiva do sindicalista José Rainha.

Na ocasião, o militante explicava uma gravação em que pedia votos para Sâmia na eleição de 2022.

“A senhora pode, também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”, perguntou Zucco.

O ataque foi rebatido na audiência pela parlamentar, que também levou o caso à Procuradoria-Geral da República por violência política de gênero.

Assista à íntegra da entrevista no YouTube:

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