Educação

Weintraub ataca Paulo Freire e sugere tirar mural do educador do MEC

‘Tem até um mural muito feio dele no MEC, assustando a criançada que passa por lá’, declarou o ministro

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O ministro da educação Abraham Weintraub voltou a atacar o educador Paulo Freire em suas redes sociais. Em uma postagem feita nesta sexta-feira, Weintraub satiriza o mural com a imagem do educador que fica em frente ao MEC e diz que acaba de oferecê-lo ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, para que ele o leve aos EUA, fazendo menção à indicação do filho de Bolsonaro para o cargo de embaixador do país. Depois, ainda colocou: “Brincadeira…Os EUA são uma nação amiga do Brasil”.

Na manhã da quinta-feira 01, durante entrevista para o programa Morning Show, da Jovem Pan, o ministro também não poupou o educador e desqualificou os 29 títulos de Doutor Honoris Causa de Freire dado universidades da Europa e da América. “O Lula também tem pô e tá preso”, rebateu.

 

Durante a conversa, Weintraub também desqualificou o processo de alfabetização que Freire criou na década de 1960 para alfabetizar 300 cortadores de cana no Rio Grande do Norte em 45 dias, o que o levou a ser convidado . Paulo então foi convidado pelo governo João Goulart para  preparar o Plano Nacional de Alfabetização, plano que foi interrompido pelo Golpe Militar.

“Na proposta de alfabetização que a gente lançou a gente não quer mais a unanimidade, quer que o educador ou o método tenha critérios científicos comprovados. A gente sugere o fonético”, declarou fazendo menção ao método defendido pelo secretário de alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, que prevê a alfabetização através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som (o fonema).

Especialistas em educação criticam o método por entendê-lo reducionista a partir do ponto que se centra na leitura e na escrita, sem considerar o uso delas em contextos sociais, o chamado letramento.

Ainda durante a entrevista Weintraub declarou não ter raiva de Paulo Freire, ao que emendou: “tem até um mural muito feio dele no MEC, assustando a criançada que passa por lá”. O ministro parece bem alinhado à ideia do presidente Jair Bolsonaro, que também já atacou o educador pernambucano e sinalizou a intenção de retirar-lhe o título de patrono da educação.

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