Educação
Seis reações à retirada de Paulo Freire como patrono da educação
Nas redes sociais, lideranças e educadores reagem à declaração do presidente: “não precisamos dizer quem é, mas vai ser mudado”

A declaração do presidente Jair Bolsonaro de retirar o educador Paulo Freire como patrono da educação brasileira ganhou destaque nas redes sociais. O assunto Paulo Freire ficou entre os mais comentados do Twitter nesta terça-feira 30.
Na segunda-feira 29, em uma agenda em Ribeirão Preto, Bolsonaro concedeu entrevista à repórter-mirim Esther Castilho, que mantém o programa Esther e famosos no Youtube. Na conversa, precisamente no minuto 11’24, ele sugere a possibilidade de a criança ser a patrona da educação e emenda: “quem sabe nós temos uma patrona da educação e não mais um patrono, muito chato, não precisamos dizer quem é, mas vai ser mudado”.
Entrevista concedida à repórter-mirim, Esther Castilho para o programa Esther e os Famosos. https://t.co/yRHUmdWjmW
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de abril de 2019
O educador e filósofo pernambucano foi nomeado patrono da educação brasileira em 2012, pela Lei 12.612, sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff. A homenagem foi proposta pela deputada federal Luiza Erundina que, quando prefeita de São Paulo (1989 – 1993), o nomeou como Secretário de Educação.
Veja algumas das reações à possível mudança:
1. Fernanda Melchionna, ativista social e deputada federal pelo PSOL-RS
“Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica.” Por isso precisamos de + Paulo Freire para uma educação libertadora! pic.twitter.com/XyVIQOHmpi
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) 30 de abril de 2019
2. Gerd Wenzel, comentarista da ESPN Brasil, colunista da Deutsche Welle
Método de alfabetização de Paulo Freire, que a rigor nunca chegou a ser utilizado realmente no Brasil, na Alemanha é empregado no ensino do idioma alemão para imigrantes e refugiados com sucesso assombroso.https://t.co/R7R0t9YQJm
— Gerd Wenzel (@gerdwenzel) 26 de abril de 2019
3. Carlos Minc, deputado estadual pelo PSB-RJ
Escola sem partido, sem sociologia, filosofia, sem história, geografia, sem Paulo Freire e Darcy Ribeiro, sem Liberdade, sem LGBTs(?), sem cotas, sem críticas. Escola com hino perfilado, militares, dedo duros, textos de C+ E Bolsonaro, Damares. Reitor: Olavo Carvalho. Alô marciano
— Carlos Minc (@minc_rj) 28 de abril de 2019
4. Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP
Em apenas um dia Bolsonaro conseguiu mostrar que sua estupidez é ilimitada.Terminou o dia agredindo Paulo Freire um dos mais respeitados educadores do planeta,querendo retirar o título de Patrono da Educação.Ele tem horror a palavras como:pedagogia,oprimido,liberdade,indignação..
— Ivan Valente (@IvanValente) 29 de abril de 2019
5. Trajano, jornalista
Querem impor a escola sem partido, querem acabar com o ensino da sociologia e da filosofia.
Querem acabar com vocês, Darcy e Paulo Freire! Nunca deixaremos! Nos orgulhamos de vocês. pic.twitter.com/XcjKyzOLYh— Ultrajano (@ultrajano) 26 de abril de 2019
6. Luiza Erundina, deputada federal pelo PSOL-SP
Bolsonaro ataca a educação, ataca Paulo Freire. Bolsonaro conspira contra o povo. #assessoriaerundina https://t.co/NphuURCiS8
— Luiza Erundina (@luizaerundina) 30 de abril de 2019
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