Educação
Volta às aulas: mais de 80% dos municípios não têm data para retorno
60% dos municípios afirmam não ter começado a desenvolver os protocolos de segurança para o retorno escolar
Mais de 80% dos municípios brasileiros ainda não têm data para retornar às aulas presenciais. Os dados são de uma pesquisa realizada pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Itaú Social e Unicef, e divulgada nesta quarta-feira 9.
O estudo ouviu 4.272 redes municipais (77% do total) para identificar as ações colocadas em prática durante a pandemia do novo coronavírus.
Entre os respondentes, 3.769 municípios afirmaram não ter data para o retorno presencial nas escolas. Esses territórios garantem atendimento a 13,3 milhões de estudantes. Outros 471 municípios afirmaram já ter previsão de volta. Do grupo, 252 municípios sinalizaram um retorno em setembro; 166 em outubro e 42 em novembro.
Em relação aos protocolos de segurança para o retorno, 2.577 municípios afirmaram não ter iniciado o processo; do grupo, 1.310 afirmam que seguirão as recomendações feitas pelos estados. 1.429 municípios disseram já ter iniciado o protocolo. Outros 266 afirmaram que o documento se encontra concluído.
A maioria dos municípios que não sinalizam datas para o retorno escolar está no Nordeste (1.360), seguido pelo Sudeste (933), Sul (797), Centro-Oeste (372) e Norte (307).
A pesquisa também identificou que 96% dos municípios seguem com a oferta de atividades remotas aos estudantes durante o fechamento das escolas. Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 27 de abril a 4 de maio de 2020, quase 40% das redes municipais respondentes ainda não tinham definições sobre a continuidade das atividades não presenciais.
Entre as estratégias adotadas para o período, o uso de material impresso prevalece entre 94% dos municípios (4.044); as vídeo aulas gravadas são estratégia para 80% das redes (3.456). O uso de TV educativa aparece em apenas 6% dos municípios (272). A combinação de estratégias online e offline é utilizada por 84% dos territórios.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
“Precisamos assumir que não temos condições de retornar às aulas em 2020”
Por Ana Luiza Basilio
Governo de SP quer que professores se responsabilizem caso se infectem com coronavírus
Por Ana Luiza Basilio
Escolas podem infectar até 46% dos alunos 2 meses após volta às aulas
Por Ana Luiza Basilio
“Muitas vezes não me sinto aprendendo nada”, diz estudante sobre ensino remoto
Por Ana Luiza Basilio



