Educação

Sindicato de escolas particulares vai à Justiça pela volta às aulas em São Paulo

Decisão veio após o prefeito Bruno Covas afirmar que retorno de atividades escolares na capital paulista não deve ocorrer em setembro

Volta às aulas em SP tem data marcada. Créditos: EBC Volta às aulas em SP tem data marcada. Créditos: EBC
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O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP) pretende entrar com ação na Justiça pela possibilidade de reabrir as escolas para atividades presenciais a partir de 8 de setembro.

A medida será tomada após o prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmar que a volta às aulas na capital paulista não deve acontecer em setembro, como autorizado e previsto pelo governo do Estado.

O presidente do sindicato, Benjamin Ribeiro da Silva, se diz “indignado” com a situação. “Se o Estado garante que pode (reabrir na data nas cidades que estão na fase amarela há 28 dias), porque ele (Covas) garante que não?”, questionou.

O sindicato reafirmou o desejo das escolas voltarem de forma escalonada e opcional. “Estamos preparados há tempos. Fizemos protocolos com cientistas, escolas fizeram convênios com hospitais”, acrescentou Silva.

Ele não disse que é possível afirmar que não haja contágio nas escolas, mas defendeu a retomada opcional como a melhor opção.

Covas descarta aulas em setembro

O prefeito Bruno Covas anunciou na última terça-feira 18 que as atividades escolares na capital paulista não devem retornar no próximo mês.

Segundo Covas, um estudo feito pela prefeitura mostra que 25% das crianças e adolescentes da cidade em fase escolar moram com pessoas do grupo de risco, o que acarretaria em uma elevação do risco de contaminação.

“O retorno de aulas agora é temerário, ainda estamos controlando a doença na cidade. É muito mais complicado manter o distanciamento social dentro da sala de aula, da escola, do que em outro lugares que já tiveram o retorno autorizado. Nesse momento, a volta representaria um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença. Por este motivo, não teremos o retorno em setembro”, disse em entrevista coletiva.

“A pesquisa mostra que dois terços das crianças foram assintomáticas. Estamos falando da possibilidade de duas a cada três crianças estarem contaminadas e serem incapazes de apresentar sintomas”, ressaltou Covas. “O inquérito sorológico mostra que 23% das crianças da cidade podem estar contaminadas. É um contingente em que é difícil de aplicar regras de distanciamento social e que pode agravar a disseminação”, acrescentou.

“Ainda nesta semana, o secretário Bruno Caetano deve anunciar quais medidas serão tomadas pela secretaria municipal de Educação para atender essas crianças, para que elas não fiquem apenas dentro de casa, mas também possam receber o conteúdo pedagógico enquanto mantemos a quarentena na cidade de São Paulo”, concluiu Covas.

Governo do estado planeja retomada

O governador João Doria (PSDB) adiou a retomada das aulas presenciais da rede estadual de São Paulo para o dia 7 de outubro. Mas não perdeu o 8 de setembro de vista. A partir da data, unidades públicas e privadas que estiverem na fase amarela do plano de flexibilização econômica há 28 dias poderão reabrir espaços para atividades de reforço, recuperação, tutoria e atividades esportivas, se assim desejarem, desde que obedeçam a regras de distanciamento e capacidade, limitada a 35% para educação infantil e fundamental nos anos iniciais, e 20% para Ensino Médio e anos finais.

Ao apresentar o plano de retorno às aulas, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, afirmou que a ideia é priorizar o atendimento dos que mais necessitam, fazendo menção aos estudantes que tiveram dificuldades de executar o ensino remoto. “A ideia é que priorize o atendimento aos alunos que mais precisam. A desigualdade social, tem aluno que não tem equipamento, outras dificuldades ou que tem os equipamentos, mas não se adapta a essa metodologia. A aula continua no centro de mídia”, acrescentou o secretário.

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