Educação

Sem apresentar provas, Weintraub diz que federais cultivam plantações de maconha

O ministro da Educação afirmou, também sem provas, que os laboratórios de química das universidades produzem metanfetamina

O ministro da Educação, Abraham Weintraub (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que as universidades federais do Brasil possuem plantações extensivas de maconha a ponto de precisar de borrifador de agrotóxico.

O ministro, no entanto, não apresenta provas de sua afirmação, muito menos explica de onde partiu essa acusação. A “denúncia” foi feita durante uma entrevista ao Jornal da Cidade Online, que vai ao ar no próximo domingo 24. Nesta sexta-feira 22, o veículo liberou apenas um vídeo com um corte da entrevista na qual Weintraub faz as acusações.

 

“Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico. Porque orgânico é bom contra a soja para não ter agroindústria no Brasil, mas na maconha deles eles querem toda tecnologia à disposição”, disse.

Weintraub ainda acusou laboratórios de química de produzirem metanfetamina. O ministro, no entanto, também não apresentou provas e nem disse suspeitar em quais universidades isso aconteceria. “Você pega laboratórios de química – uma faculdade de química não era um centro de doutrinação – desenvolvendo drogas sintéticas, metanfetamina, e a polícia não pode entrar nos campi”, afirmou.

O ministro justificava o que ele chama de “falácia de liberdade” das universidades. “Foi criada uma falácia que as universidades federais precisam ter autonomia. Justo, autonomia de pesquisa, ensino… Só que essa autonomia acabou se transfigurando em soberania”, disse.

Weintraub classificou as universidades de “madraças (escola muçulmana de doutrinação)” e disse defender a diminuição do “poder absoluto e hegemônico” delas.

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