Educação

Milton Ribeiro diz que Enem não terá questões de ‘cunho ideológico’

Ministro da Educação retomou questão abordada pela prova de 2018 que utilizou gírias de gays e travestis em interpretação de texto

O Ministro da Educação, Milton Ribeiro (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou na quarta-feira 2 que quer um Enem com questões mais técnicas e menos ideológicas e que, nesse sentido, serão feitas mudanças no conteúdo da prova. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil.

 

“Nós sabemos que, muitas vezes, havia perguntas muito subjetivas ou até mesmo com cunho ideológico, isso nós não queremos. Queremos provas técnicas que exatamente avaliem o aluno naquilo que ele sabe e que é necessário para ele poder acessar o ensino superior”, declarou.

O ministro retomou o caso de uma questão do Enem 2018, que partiu do dialeto ‘pajubá’, um conjunto de gírias e expressões utilizadas por gays e travestis para compor o enunciado. A resolução da questão, no entanto, era estritamente voltada à interpretação de texto do trecho apresentado que, inclusive, se utilizou de verbetes que constam em dicionários.

“Por exemplo, há um ou dois anos atrás, não me lembro qual foi a data, havia perguntas relativas, por exemplo, a vestimenta de travestis, que, naturalmente, a grande maioria do povo e dos alunos desconheciam”, disse Milton Ribeiro ao retomar o assunto. “São terminologias próprias, com todo respeito que tenho à orientação de cada um, no entanto não é um tema comum no conhecimento, não se aprende em escolas essas coisas”.

O ministro completou: “Eu acho que a prova do Enem não é o espaço público para discussão desses temas, que são relevantes. “O Enem é para avaliar candidatos a ter um acesso ao ensino superior e, ali, eu vou procurar verificar qual o conhecimento que ele tem em determinados temas. Existem outros palcos ou outros lugares, outros espaços para discutirmos esse tipo de tema, fora da prova do Enem”.

O ministro ainda disse esperar uma abstenção menor nessa edição do exame, que teve os maiores recordes de abstenção na edição de 2020, aplicada em janeiro: 55,33%. “Eu acho que o cenário mudou, eu espero né. Os números que a gente trabalha é em torno de uma abstenção máxima de 25 a 30%”, declarou.

Na quarta-feira, o Inep publicou um edital com as datas do exame, que será realizado nos dias 21 e 28 de novembro, nas versões impressa e digital. As inscrições começam no dia 30 de junho.

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