MEC contraria Justiça e divulga resultados do Sisu por minutos

Segundo o ministério, informações visualizadas não representam resultado oficial

O ministro da Educação, Abraham Weintraub. Foto: Luis Fortes/MEC

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Apesar de a Justiça Federal suspender a divulgação de resultados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), estudantes relataram que conseguiram visualizar notas de corte nesta terça-feira 28. Segundo decisão judicial, a plataforma não poderia publicar estas informações porque o Ministério da Educação (MEC) ainda não provou que solucionou totalmente os erros na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em nota, a pasta comandada por Abraham Weintraub admitiu que as listas do Sisu foram visualizadas “por alguns minutos”, durante o período da manhã. No entanto, o ministério diz que as informações veiculadas “não representam o resultado oficial” e que a divulgação “continua suspensa”.

Nas redes sociais, candidatos postaram fotos e capturas de tela com resultados que, supostamente, seriam da edição 2020 do Sisu.

Em sua conta no Twitter, o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Pedro Gorki, acusou o MEC de descumprir uma ação judicial.

“Temos provas de que durante aproximadamente 3 minutos o resultado do Sisu foi divulgado no dia de hoje, demonstrando que o MEC descumpriu uma ação da Justiça Federal. Além do ministro da Educação desrespeitar os estudantes, ele desrespeita também a Justiça. Vem processo aí!”, escreveu Gorki.

Na segunda-feira 27, o MEC também suspendeu as inscrições do Programa Universidade para Todos (Prouni). O presidente Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez sobre a crise nesta terça-feira 28 e sugeriu a possibilidade de ter ocorrido sabotagem.

“Está complicado, eu tenho conversado com ele [Abraham Weintraub] para ver o que está acontecendo. Se realmente foi uma falha nossa, se tem uma falha humana, sabotagem, seja lá o que for, temos que chegar no final de linha e apurar isso aí. Eu não quero me precipitar e dizer o que deve ter acontecido com o Enem”, afirmou o presidente.

 

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