A greve de alunos da USP chegou a todos os institutos da capital, com a adesão, na última sexta-feira 29, de estudantes da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, da Escola de Educação Física e Esporte, da Faculdade de Odontologia e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
No interior, a prefeitura do campus de Ribeirão Preto está ocupada desde a quinta 28 por membros do corpo discente que reivindicam a contratação de professores e uma melhoria nas condições da instituição.
Enquanto isso, estudantes de diversos cursos promoveram uma coleta de dados a fim de mensurar os efeitos do déficit de docentes (confira a tabela abaixo). Uma das iniciativas partiu dos alunos do instituto de Física, que produziram uma tabela a demonstrar a tendência já apontada por levantamentos como o da Associação dos Docentes da USP: nos últimos anos, o número de estudantes cresceu (de 59.081 para 60.120 na graduação, entre 2014 e 2023) e o de professores encolheu (de 5.934 para 4.892, no mesmo período).
A nova leva de protestos começou em 18 de setembro, quando o centro acadêmico do instituto de Letras, um dos cursos mais afetados pela falta de professores, aprovou a paralisação das atividades. A diretoria reagiu cancelando aulas e alegando ameaças ao patrimônio público, ao que os estudantes responderam com a antecipação da greve e o bloqueio das entradas do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. O episódio repercutiu na comunidade universitária, os debates em cada curso se intensificaram e os alunos aderiram ao movimento nos dias seguintes.
As principais reivindicações são a contratação imediata de professores e o retorno da política de “gatilho automático” (realização imediata de concursos após aposentadoria, falecimento ou exoneração de um professor, para garantir que o número de docentes não diminua), extinta em 2011.
Além disso, os alunos pautam o reajuste das políticas de permanência para alunos de baixa renda, a conclusão do plano diretor do campus da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, a instituição de um vestibular indígena e o compromisso da reitoria de que os estudantes que participam das mobilizações não sofrerão represálias institucionais.
Confira abaixo o histórico de cada instituto: