Enem: Prefeitura de Manaus não libera escolas para aplicação do exame

Em documento enviado ao MPF, Secretaria de Educação classifica realização das provas como 'temeridade'

Foto: Fernando Ferraz/ABR

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A Prefeitura de Manaus (AM) informou nesta quarta-feira 13 que decidiu não liberar as escolas municipais para a aplicação do Enem. A recusa é uma tentativa de evitar aglomerações para reduzir a disseminação da Covid-19. Como o pedido da Defensoria Pública da União pelo adiamento do exame foi negado pela Justiça Federal de São Paulo, as provas seguem marcadas para os dois próximos domingos: 17 e 24 de janeiro.

 

 

A Secretaria Municipal de Educação enviou ao Ministério Público Federal no Amazonas um documento em que lista as razões para não autorizar a abertura das escolas para o exame. “É uma temeridade, sobretudo nesse momento. Hoje é dia 13. A prova será daqui a quatro dias e sabemos que a situação de Manaus em relação à pandemia não vai acalmar até lá. Abrir as escolas para o Enem representa aglomeração na frente e no interior delas. Enviamos as nossas razões ao Ministério Público e também sugerimos que o Enem seja adiado”, informou o secretário municipal de Educação, Pauderney Avelino.

De acordo com a Prefeitura, foram registrados 166 sepultamentos nos cemitérios de Manaus na terça-feira 12. Entre as mortes, 49 foram declaradas como decorrentes da Covid-19, além de outros dois casos suspeitos. Já em espaços privados foram 36 os registros de óbitos pelo novo coronavírus.


O Inep, responsável pelo exame, informa que o presidente da autarquia, Alexandre Lopes, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, estão em tratativas com o prefeito de Manaus, David Almeida, e com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para buscar uma solução para a aplicação do Enem.

 

‘Minoria barulhenta’

Milton Ribeiro confirmou a realização da prova e ressaltou a confiança nas medidas de segurança. Ele ainda chamou de “minoria barulhenta” os estudantes que pedem a alteração no calendário.

No entanto, organizações estudantis e setores da comunidade científica se manifestaram contra a realização do exame neste mês. O Conselho Nacional de Secretários de Educação e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde também expressaram preocupação com o impacto que a aglomeração pode causar.

Nesta quarta, o Conass enviou um ofício ao ministro da Educação solicitando o adiamento da aplicação. Já o Consed se reuniu com o Inep para alertar sobre o aumento do número de contaminações.

De acordo com o Conass, o Brasil registra até a tarde desta quarta mais de 8,1 milhões de casos confirmados de Covid-19 e 204.690 mortes pela doença desde o início da pandemia.

 

* Com informações da Agência Brasil

 

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