Educação
Camilo Santana admite que ‘há graves erros no Novo Ensino Médio’, mas não indica revogação
Segundo defendeu o ministro no Roda Viva, mudanças serão feitas para corrigir problemas após a consulta pública do governo; a indicação, porém, não seria retomar o modelo anterior
O ministro da Educação, Camilo Santana, reconheceu que ‘há graves erros’ no Novo Ensino Médio, mas sinalizou que sua gestão não pretende revogar o modelo imposto ainda durante o governo de Michel Temer (MDB). A avaliação foi feita no programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na noite desta segunda-feira 12.
“Nós reconhecemos que há graves erros no Novo Ensino Médio”, disse Santana. “[São] problemas na implementação, na infraestrutura, na formação de professores e na redução da carga horária”, completou.
Pouco antes, porém, o ministro sinalizou que sua gestão não pretende revogar o modelo por orientação da equipe de transição do governo e a pedido dos governadores. A intenção, disse, é resolver os problemas apontados sem voltar ao modelo anterior.
“A orientação que foi dada pelo grupo de transição foi um amplo debate e consulta para avaliar, até porque já está em curso a implementação do Novo Ensino Médio”, explicou.
“O próprio Consed, que é o Conselho Nacional de Secretarias [de Educação] dos estados, encaminhou um ofício para o ministério dizendo que é contra a revogação do Novo Ensino Médio”, justificou mais adiante.
Inicialmente previsto para 6 de junho, o fim da consulta pública, citada pelo ministro como o caminho para a solução dos problemas apontados, foi adiado para o dia 5 de julho. Sobre a demora para concluir os trabalhos que poderão resultar nas mudanças prometidas, Camilo Santana alegou problemas na estruturação do ministério ‘desmontado’ na gestão anterior.
“Sabemos o quanto o Brasil sofreu nos últimos 4 anos com o desmonte do Ministério da Educação. […] Eu fui governador e sei o que representou a falta de diálogo para o estado do Ceará e olha que o Ceará é uma referência na Educação. Eu precisei entrar na Justiça para receber os recursos que o FNDE devia ao Ceará”, disse.
“Então o primeiro momento foi reestruturar o ministério e remontar uma série de políticas importantes, como a alimentação escolar, […] bolsas nas universidades, recomposição dos orçamentos das universidades e estruturar a equipe do MEC”, justificou o ministro.
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