Educação

Alunos ocupam prédio administrativo da USP e reivindicam reabertura de negociações

Os estudantes também cobram a revogação de uma medida que ameaça grevistas de reprovação

Foto: Sebastião Moura
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Um grupo de estudantes de diferentes cursos da Universidade de São Paulo ocupam desde 26 de outubro os blocos K e L do Conjunto Residencial da instituição, atualmente utilizados como parte do prédio administrativo. O apoio à ocupação foi aprovado em assembleia-geral realizada com a presença da diretoria do DCE.

O objetivo dos alunos é pressionar pela derrubada de uma circular da Pró-Reitoria de Graduação que ameaça de reprovação em massa os estudantes grevistas. Eles também cobram a reabertura da mesa de negociação das pautas que motivaram a greve.

A ocupação ainda reivindica a devolução dos blocos D, K e L do CRUSP, a contratação de 1.685 professores e 5.031 funcionários, a reserva de vagas para professores pretos, pardos e indígenas, e o retorno da política de gatilho automático, a garantir a realização de concursos para substituir professores em caso de demissão ou falecimento.

De acordo com os responsáveis pela ocupação, na sexta-feira 27 houve a visita de quatro procuradores do Ministério Público, que se disponibilizaram a mediar negociações com a reitoria. Uma nova reunião ocorreu na tarde desta terça 31.

A prefeita do campus, Raquel Rolnik, e o vice-prefeito Wagner Ribeiro também visitaram os estudantes duas vezes desde o início da ocupação, para obter informações sobre a situação.

No sábado 28, o Diretório Central dos Estudantes e alguns Centros Acadêmicos entraram com uma ação judicial questionando a circular que pode levar a reprovações em massa.

Prédio ocupado era parte da moradia estudantil e devolução é uma demanda histórica

O prédio ocupado constitui os blocos K e L do CRUSP, o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, projetado em 1961 para alojar os atletas dos Jogos Pan-Americanos de 1963. Após o evento, sem uma política para o uso do espaço, os alunos começaram a ocupar os prédios.

Em 1968, durante a ditadura militar, o CRUSP foi invadido e desocupado pelo Exército. Em 1987, critérios socioeconômicos e bom desempenho acadêmico se tornaram requisitos para a permanência, oficializada pela universidade. Porém, desde o período da ditadura, os blocos K e L são utilizados para fins administrativos. O bloco D passa por uma reforma desde 2021.

A retomada do uso desses blocos para a habitação de alunos de baixa renda é uma reivindicação recorrente dos movimentos estudantis uspianos – a disponibilidade dos blocos K e L poderia significar a abertura de cerca de 400 novas vagas de moradia.

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