Editorial

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Mediação chinesa

Pequim entre Putin e a Otan

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Guterres preocupa-se à toa - Imagem: Leo Ramirez/AFP e Jean Marc Ferré/ONU
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Chegam de Pequim informações oficiais: a China se dispõe a atuar como mediadora do conflito que hoje ameaça a paz mundial, enquanto a União Europeia anexa países que ainda não tinham aderido à aliança, Suécia, Finlândia e Noruega. Portanto, passam a ser protegidos pela Otan. Está claro que a Ucrânia também já estava sob a proteção da Organização. Ao desferir o seu ataque imperialista, o ex-agente da KGB e hoje “czar” da Rússia Vladimir Putin pretendeu estabelecer uma nova ordem política mundial. Conseguiu, isto sim, provocar uma nova ordem ideológica. Basta observar quem está com ele para entender. As ideias que antes dividiram o mundo hoje somente dividem as gerações mais velhas, enquanto as novas já estão em outra.

De fato, Putin consegue o apoio da direita europeia. De Matteo Salvini a Marine Le Pen, sem deixar de incluir em posição destacada Viktor Orbán, todos fecham com o “czar”. Mesmo a Polônia, governada pela direita, ajuda de todas as maneiras possíveis a Ucrânia agredida, resultado do risco de ser alcançada pelo exército russo, que está praticamente às suas portas. Esta situação pode suscitar a estranheza de quantos continuam presos, mas o presente é outro, e bem diferente.

Como era de se esperar, a posição do Brasil de Bolsonaro é dúbia, de sorte a irritar o secretário-geral da ONU, António Guterres. Sabemos, porém, que a decisão brasileira hoje não tem peso algum. Talvez o senhor Guterres não tenha percebido, em todo caso, que a postura do Brasil de Bolsonaro carece de toda e qualquer importância. •

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1208 DE CARTACAPITAL, EM 18 DE MAIO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Mediação chinesa”

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