Em busca do antigo vigor

Em lugar de preocupar-se com a paz mundial, melhor seria se o presidente procurasse a paz aqui mesmo

Na Vila Euclides, o maior desafio à ditadura – Imagem: Arquivo/Folhapress

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CartaCapital manteve por bom tempo a tradição de uma festa de aniversário celebrada em lugar adequado para receber muitos amigos. A estes eventos comparecia uma autoridade que até poderia ser o presidente ou a presidente da República. Em 2004, em lugar de Lula veio o vice-presidente ­José ­Alencar, pessoa sábia e muito simpática. Na saudação que me coube dirigir ao hóspede ilustre me permiti dizer que, no Brasil, ainda não chegaram os efeitos da Revolução Francesa.

Mais tarde, enquanto desfrutávamos do simpósio oferecido logo após a cerimônia, o vice-presidente comentou: “Gostei do seu pronunciamento e meditarei a respeito do significado”. As ideias de liberdade e de igualdade Napoleão cuidou de espalhá-las mundo afora. Quanto à fraternidade, o general vitorioso deixou para lá. O significado buscado por ­Alencar: acentuar que estes valores são indispensáveis para a realização da democracia ainda não alcançada no Brasil, segundo país mais desigual do mundo.

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3 comentários

ricardo fernandes de oliveira 8 de junho de 2023 12h45
E uma ilusão achar que lula tem interesse em confronto com as elites nacionais. De líder sindical independente se tornou um pelego. Seu discurso e sua prática, como de seu partido, são incoerentes. O pt jamais se preocupou em formar uma bancada que estivesse voltada para mudar esse país, e todas as campanhas mostraram isso. Aquilo que a gente aprendeu nos colégios católicos, que ou vc acende uma vela a Deus ou uma ao diabo, é absolutamente desconsiderada pelo atual presidente
ANA ROCHA 4 de junho de 2023 15h18
Mino Carta sempre certeiro !Até quando o povo será contemplado com as migalhas da mesa dos poderosos e para nosso desalento, de esquerda?
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 4 de junho de 2023 04h27
De fato, caro Mino, o presidente Lula precisa se desvencilhar das amarras dos parlamentares reacionários e do coronel-deputado Arthur Lira e fazer o que tem que ser feito. As reformas necessárias para tirar o país do atraso e imitar um certo “caudilho” do passado chamado Getúlio Vargas, que industrializou o Brasil e o emancipou a contragosto das elites do café com leite. Agora o Brasil vive sobre o modismo dos reis da soja do agronegócio agro é pop da Globo que não resolve os problemas da imensa desigualdade social, da fome , falta de moradia. Os lucros desses senhores vão para os seus bolsos, mas o marketing do plim plim engana aos incautos de que o agronegócio é a locomotiva da economia brasileira, ledo engano. O que vai fazer o país crescer e se desenvolver é a criação de indústrias no país, agricultura familiar para alimentar o povo e taxação sobre os mais ricos via reforma tributária, o resto é perfumaria e conformismo com esse PIB ridículo e juros estratosféricos que o presidente do BACEN nos impinge. Vida longa ao papa Francisco, ao presidente Lula e ao caríssimo Mino Carta que nos presenteia semanalmente com seus artigos reflexivos, pungentes, afetuosos e valiosos na seara cultural. Um grande abraço!

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