Editorial

assine e leia

Cruzada cômica

Bolsonaro aposta nos evangélicos com determinação igual à de Barbarossa no caminho do Santo Sepulcro

Os cruzados de hoje e de anteontem, no imaginário patético de um demente - Imagem: Redes sociais e iStockphoto
Apoie Siga-nos no

Pergunto aos meus solertes botões se ­Pedro, o Eremita, arauto da primeira Cruzada, já chegou incógnito ou ainda espera para contar ao cabo com o espaço devido. De todo modo, estamos no Brasil às vésperas da nona Cruzada, com a diferença de cerca de um milênio entre a oitava e a atual. Ao longo do caminho teremos de lamentar tardiamente o falecimento de ­Frederico B­arbarossa, afogado em um rio traidor a caminho de Jerusalém, tragado pelas águas devido ao peso da armadura teimosamente envergada em qualquer circunstância.

Consta que Barbarossa não perdia a oportunidade de se cobrir de ferro a desafiar o destino. De certos ângulos, Bolsonaro lembra o imperador ao menos na determinação granítica de conquistar as eleições presidenciais de outubro próximo em lugar do Santo Sepulcro. Não lhe falta empenho igual ao do poderoso senhor capaz de mandar no Sagrado Romano Império. A tática do energúmeno demente é, porém, outra, de sorte a convocar os gentios evangelistas a engajar-se na luta.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo