Wilson Ferreira renunciou nesta segunda-feira 14 ao cargo de presidente da Eletrobras. Ferreira alegou questões pessoais ao conselho da empresa.
Agora, Ivan de Souza Monteiro deixa a presidência do conselho e assume o cargo deixado por Ferreira. Para a função de presidente do conselho foi eleito Vicente Falconi Campos.
Antes de anunciar a saída, Wilson compareceu à cerimônia de cerimônia de capitalização da Copel, que teve seu processo de privatização concluído na última terça-feira 8.
Wilson assumiu a presidência da empresa em setembro de 2022, mas já havia ocupado o cargo entre 2016 e 2021, antes da privatização.
Pressão na Eletrobras
A saída de Wilson acontece semanas após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificar como “um crime de lesa-pátria” o modelo de privatização da Eletrobras.
Trata-se, segundo ele, de um formato proveniente da política “entreguista” do governo de Jair Bolsonaro. Em maio, a Advocacia-Geral da União acionou o Supremo Tribunal Federal contra trechos da lei que autorizou a venda.
A ação contesta o dispositivo a tratar da redução na participação da União em votações no conselho da empresa.
A lei impediu que um acionista ou um grupo de acionistas exerça poder de voto superior a 10% da quantidade de ações. A avaliação da AGU é que o governo federal foi prejudicado pela norma, uma vez que detém cerca de 43% das ações ordinárias.
Em maio, a empresa também foi criticada após lançar plano de demissão voluntária para dispensar mais de 1.500 funcionários da ex-estatal.
A privatização da Eletrobras foi concluída em junho de 2022. A criação da estatal foi proposta em 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas e o projeto foi aprovado sete anos depois.
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