Economia
Senacon determina a remoção de anúncios falsos do Desenrola no Google e no Facebook
O órgão ainda solicitou relatórios de medidas adotadas para limitar a propagação das peças


A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça, determinou a remoção de anúncios falsos no Google e no Facebook sobre o programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo Lula para renegociar dívidas dos brasileiros. A medida foi assinada nesta segunda-feira 24.
Na portaria, a Senacon ainda solicitou relatórios de medidas adotadas pelas big techs para limitar a propagação dos anúncios. A determinação deve ser cumprida em até dez dias, sob pena de multa diária de 150 mil reais. O prazo para a remoção da publicidade sobre o Desenrola Brasil é de 24 horas.
A decisão do órgão levou em consideração um relatório produzido pelo NetLab, vinculado à Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo identificou mais de mil anúncios fraudulentos sobre o programa do governo federal, feitos por 52 páginas.
A análise, conduzida entre 19 e 21 de julho com base em dados da Biblioteca de Anúncios da Meta, identificou dez páginas que utilizam o nome ou a marca do programa Desenrola Brasil e tentam se passar por contas oficiais.
Também há casos em que os perfis fraudulentos simulam ser grandes veículos da mídia ou usam fotos de influenciadores ou pessoas famosas. Foram identificados ainda anúncios que prometem oportunidades de renegociação irreais, como descontos de 99% das dívidas. Algumas peças também mencionam uma plataforma para renegociar as dívidas – o que sequer foi lançado nessa fase do programa.
O levantamento verificou conteúdos que direcionam para sites fraudulentos, “que se apropriam da credibilidade de veículos de imprensa, do governo federal e de empresas como o Serasa para aplicar golpes e conseguir dados pessoais dos cidadãos”.
Procurada por CartaCapital, a Meta, controladora do Facebook, disse não permitir atividades que violam os padrões da comunidade da plataforma e afirmou ter utilizado “combinação de tecnologia e revisão humana para identificar e remover conteúdos” fraudulentos sobre o Desenrola Brasil.
A reportagem também procurou o Google, que ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.
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