Selic inibe o projeto do governo e só o tempo dirá se autonomia do BC foi correta, diz Pacheco

O presidente do Congresso disse ser necessário 'um apelo' para que o País encontre o mais rapidamente possível o caminho para reduzir a Selic

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Foto: Pedro Gontijo/Agência Senado

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez nesta segunda-feira 22 uma enfática defesa da redução da taxa básica de juros do País, mantida em 13,75% ao ano pelo Banco Central. O parlamentar afirmou, ainda, que “o tempo dirá” se a autonomia concedida pelo Congresso Nacional à instituição foi uma decisão correta.

Pacheco participou de um seminário sobre a autonomia do BC promovido pela Folha de S.Paulo. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, também marcou presença na agenda.

“Se foi uma decisão acertada ou não [a autonomia], o tempo irá dizer de fato, ao se maturar a autonomia do BC ao longo do tempo em um recorte histórico mais alargado”, disse o senador. “O problema que temos e que tem suscitado essas discussões em relação à autonomia é o descontentamento em relação à taxa básica de juros.”

Pacheco disse ser necessário “um apelo” para que o País encontre o mais rapidamente possível o caminho para reduzir a Selic “de forma gradativa, sem movimentos bruscos”.

“No momento atual que o Brasil vive, em um novo governo, com apelo social forte, com enfrentamento a problemas sociais graves que temos e com a necessidade premente de fazer a economia acelerar, obviamente a taxa de 13,75% ao ano é inibidora desse projeto de governo do presidente eleito e de sua equipe econômica.”

Na semana passada, durante um evento em São Paulo, Campos Neto afirmou que o Brasil precisa promover reformas estruturais capazes de reduzir os juros neutros e ampliar o crescimento da economia. A avaliação foi questionada por Pacheco nesta segunda.


“Temos um país em que não se pode invocar a necessidade de fazer mais reformas como condição para reduzir a taxa básica de juros”, devolveu. “Já fizemos reforma da Previdência, reforma trabalhista, reforma política, uma série de marcos legislativos, muitos deles na área do sistema financeiro. Estamos prestes a votar um novo regime fiscal, que é um regime fiscal que considero o melhor possível de ser feito neste momento, e temos uma perspectiva de reforma tributária.”

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