Economia

Selic amplia o sofrimento do povo e Congresso deve ‘discutir seriamente’ autonomia do BC, diz Rui Costa

‘Nada se explica, não tem razão econômica, a não ser outra motivação, que eu não sei qual é’, reagiu o ministro da Casa Civil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou nesta quarta-feira 22 as críticas ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, após a manutenção da Selic, a taxa básica de juros, em 13,75% ao ano.

“Essa insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e aumenta o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender essa decisão do Banco Central”, disse o ministro à Empresa Brasil de Comunicação. “Quando cair a taxa de juros fica mais fácil para o povo consumir, fica mais fácil para o empresário poder investir na agricultura, no comércio, na indústria.”

Ele questionou os motivos para o BC manter uma taxa adotada inicialmente em tempos de inflação acima de 10%. Os últimos dados fecharam em 5,6% no acumulado de 12 meses. “Como você mantém a mesma dosagem amarga do remédio quando a inflação já caiu na metade? Hoje, o juro do Brasil é o maior do mundo. Nada se explica, não tem razão econômica, a não ser outra motivação, que eu não sei qual é.”

A decisão do Comitê de Política Monetária também fez o ministro da Casa Civil levantar novos questionamentos sobre a autonomia do Banco Central.

“Acho que o Congresso Nacional, que é a casa do povo brasileiro, precisa discutir isso seriamente. Um Banco Central independente não pode ser independente do povo e aliado dos que cobram os juros nas alturas. Acho que o Congresso precisa refletir”, prosseguiu. “É insustentável essa teimosia e esse desserviço que o presidente do Banco Central está fazendo com o povo brasileiro.”

A autonomia do Banco Central entrou em vigor em fevereiro de 2021, após ser aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo governo. A lei tem como principal mudança a adoção de mandatos de quatro anos para o presidente e os diretores do órgão. Esses mandatos ocorrerão em ciclos não coincidentes com a gestão do presidente da República.

(Com informações da Agência Brasil)

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