Os lucros derretem

O lucro das empresas de capital aberto caiu 44,5% no segundo trimestre de 2022, de 66,4 bilhões para 36,9 bilhões de reais, apesar de a receita operacional líquida ter crescido 24,2% na comparação anual, para 782,5 bilhões de reais. A despesa financeira aumentou, por sua vez, 151,6%, para 76,6 bilhões de reais, efeito da valorização do dólar, que impactou as dívidas em moeda estrangeira. A dívida líquida aumentou 42,5% e o custo de produtos vendidos cresceu 29,3%. Apesar da queda de 34,4% em relação ao desempenho de abril a junho de 2021, o setor mais lucrativo da amostra foi o de energia elétrica, que, com 40 empresas, acumulou 8,91 bilhões de ­reais no período. De outro lado, caiu 61,6% o lucro das oito companhias de siderurgia e metalurgia. O levantamento dos dados de 321 empresas com ações listadas na B3 foi feito pelo economista Einar Rivero, da plataforma de informações e análises financeiras TradeMap, com valores no padrão contábil, sem ajustes extraordinários ou correção pela inflação, e desconsidera os resultados de instituições financeiras e de Petrobras, Vale, Braskem e Suzano, ante lucros historicamente elevados, que distorcem a análise.

Imagem: Romério Cunha/CDES