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Operação Tabajara

Tardio e complexo, o plano do governo para segurar os preços dos combustíveis tem tudo para dar errado

Imagem: Alan Santos/PR e Flávio Emanuel/Agência
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A última e mais arriscada cartada eleitoral do governo, de buscar não só a contenção dos aumentos dos preços de combustíveis, mas a sua redução para o consumidor por meio da distribuição de ­vouchers a públicos específicos, aconteceu na terça-feira 21, pouco depois do anúncio de novas elevações do diesel e da gasolina. Se a jogada fracassar, a resposta pronta e ensaiada nos últimos dias por Jair ­Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, é de que a culpa é da ­Petrobras, na mesma toada com que a mídia e o Ministério ­Público tentaram destruir a reputação da estatal no chamado “petrolão”.

Só o fundamentalismo de mercado e uma total falta de empatia com os mais vulneráveis explica o motivo pelo qual o governo, com lucros e dividendos abundantes na Petrobras, arrecadação em alta e eleições no horizonte, demorou tanto tempo para atenuar o peso dos reajustes dos combustíveis nos orçamentos das famílias e das empresas. Os vouchers para caminhoneiros e taxistas e outras políticas compensatórias, como um auxílio-gás para os mais pobres, são utilizadas em mais de 60 países, com frequência combinados à redução da tributação, para enfrentar a inflação. Na lenta adaptação à realidade, o governo propôs, por meio do ministro Paulo Guedes, um repasse irrisório de 400 reais, ridicularizado por caminhoneiros indignados, e auxílio para a compra de gás de cozinha.

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