Economia
O que o Brasil tem de fazer para ‘decolar’, segundo Haddad
O ministro da Fazenda representa o Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira 16 em Davos, na Suíça, que a economia brasileira pode “decolar” se o País cumprir algumas tarefas essenciais, como uma reforma tributária e a facilitação do acesso ao crédito.
O Fórum Econômico Mundial começa nesta segunda e se estende até a próxima sexta 20. Representa o Brasil, além de Haddad, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Segundo o ministro da Fazenda, é necessário haver “sensibilidade” dos Poderes para avançar a agenda apresentada pelo governo. As prioridades devem ser, na avaliação de Haddad:
- um novo arcabouço fiscal, a substituir o teto de gastos, ainda no primeiro semestre;
- a aprovação de uma reforma tributária, também na primeira metade de 2023;
- medidas para democratizar o acesso ao crédito, a exemplo do programa “Desenrola”;
- e uma agenda de parceria público-privada.
Ações como a nova âncora fiscal e a reforma tributária dependem do Congresso Nacional. Haddad afirmou, porém, estar “amadurecida” a relação do governo Lula com o Parlamento. A jornalistas, ele classificou a mudança tributária como “a reforma das reformas”, responsável por “preparar o terreno” de um novo pacote, com “menos regressividade no nosso sistema”.
Ampliar o acesso ao crédito no Brasil envolve, de acordo com o ministro, “limpar o nome das pessoas no Serasa”, a fim de “trazê-las ao mercado de consumo de novo”.
Fernando Haddad também declarou que a agenda política no Brasil será apresentada em Davos, dias após bolsonaristas golpistas promoverem atos de terrorismo em Brasília. Apoio à democracia, retomada do crescimento com atenção às contas públicas e compromisso com a sustentabilidade ambiental são, conforme o responsável pela Fazenda, fundamentais para atrair investimentos estrangeiros.
“[Empresários] Querem saber se as contas brasileiras vão fechar no azul e em quanto tempo isso acontecerá; se vai haver compromisso com o meio ambiente, abandonado por muito tempo; e a questão democrática, que não é menor no mundo hoje”, disse. “O Brasil não está isolado, mas em um contexto internacional em que a questão democrática preocupa, principalmente Europa e Estados Unidos, parceiros tradicionais do Brasil dos quais o presidente Lula quer se reaproximar com força.”
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