Economia

Nova regra fiscal chegará ao Congresso antes do dia 15, diz Haddad

Segundo o ministro da Fazenda, o governo também enviará ao Legislativo outras medidas de ‘recuperação da base fiscal’

Nova regra fiscal chegará ao Congresso antes do dia 15, diz Haddad
Nova regra fiscal chegará ao Congresso antes do dia 15, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Sergio Lima/AFP
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira 3 que a proposta de nova regra fiscal, a substituir o teto de gastos, será enviada ao Congresso Nacional antes de 15 de abril. Segundo ele, também chegarão ao Legislativo outras medidas de “recuperação da base fiscal”.

O texto será apresentado via projeto de lei complementar, modalidade que estabelece regras para cooperação entre União, estados e municípios. Ele começará a tramitar na Câmara dos Deputados, onde deve passar por comissões como a de Finanças e a de Constituição e Justiça antes de ser encaminhado ao plenário.

Há, porém, a possibilidade de a Casa aprovar uma tramitação em regime de urgência: neste caso, o texto poderia ser votado rapidamente no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões. Na Câmara, os projetos de lei complementar precisam de no mínimo 257 votos em dois turnos para serem aprovados.

No Senado, o rito de tramitação será basicamente mesmo. Na Casa Alta, o governo precisará ter pelo menos 41 votos para concretizar a aprovação da proposta, que depende de análise em dois turnos.

“As equipes estão por conta disso desde sexta-feira, trabalharam no final de semana”, disse Haddad a jornalistas. “Como não tem sessão no Congresso, vão aproveitar esses dias para calibrar. Mas, certamente, antes do dia 15 estará no Congresso Nacional”.

De acordo com o ministro, outras ações “que vão se somar ao arcabouço são de recuperação da base fiscal do orçamento”, o que, conforme a projeção do governo, “vai dar condições de prosseguirmos entre a harmonização política fiscal e a monetária”.

Em linhas gerais, a nova regra fiscal:

  • fixa o limite de crescimento dos gastos a 70% da variação da receita primária nos 12 meses anteriores (com fechamento em julho). Por exemplo: se o total arrecadado for de 1.000 reais, o governo poderá subir suas despesas em no máximo 700 reais;
  • cria uma banda, ou seja, um intervalo para a meta de resultado primário das contas públicas – a diferença entre o que o governo arrecada e o que ele gasta, excluindo o pagamento de juros da dívida pública. A banda prevê crescimento real da despesa (acima da inflação) entre 0,6% (piso) e 2,5% (teto) ao ano;
  • projeta que se o resultado primário das contas ficar acima do teto da banda, a parte excedente poderá ser utilizada para aumentar os investimentos. A recíproca, porém, está presente: se o resultado primário ficar abaixo do intervalo estipulado, as receitas só poderão crescer até 50% da receita no exercício seguinte; e
  • tem o objetivo de zerar o déficit das contas públicas em 2024, transformá-lo em superávit de 0,5% do PIB em 2025 e gerar um superávit de 1% em 2026.

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