Economia

Nada justifica 8% de juros reais acima da inflação, diz Alckmin em evento do BNDES

Vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços aposta, porém, na nova ancoragem fiscal como marco de mudanças nos juros no Brasil

O vice-presidente Geraldo Alckmin. Foto: Carl de Souza/AFP
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O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), criticou a exorbitante taxa de juros praticada no Brasil. Segundo defendeu, não há nada que justifique o índice atual.

“Não há nada que justifique ter 8% de juros real acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, disse Alckmin nesta segunda-feira 20, durante um evento do BNDES. Ele classificou ainda os juros como ‘um problemão’.

“O custo de capital é um problemão, porque juros altos dificultam o consumo, inibem investimentos e encarecem a dívida do governo…metade da dívida é Selic, cada 1% ao ano da 25 bilhões”, explicou.

Ele ponderou, porém, que a nova âncora fiscal, que será apresentada em breve pelo governo Lula (PT), deve ser o marco de mudanças nos juros no Brasil. “Nós acreditamos no bom senso e que a gente vai, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade [dos juros]”.

Segundo Alckmin, o texto elaborado pelo governo federal é ‘inteligente’ ao combinar três pontos principais. São eles: a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. O novo arcabouço fiscal foi apresentado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad a Lula na sexta-feira 17. A intenção é alinhar os detalhes até, no máximo, dia 26, quando o presidente embarca para a China.

O texto, importante mencionar, precisará ter o aval do Congresso. A expectativa é que ele seja levado ao plenário ainda no primeiro semestre do ano. À CartaCapital, economistas, de um modo geral, avaliaram positivamente as sinalizações do novo arcabouço fiscal apresentadas até aqui.

Reforma tributária

Outro tema de grande destaque no discurso de Alckmin nesta segunda-feira foi a reforma tributária. O vice e ministro, novamente, se disse confiante com a receptividade do mercado à proposta do governo que ainda será apresentada.

“A reforma é central, está madura e pode caminhar bem”, resumiu Alckmin. “O presidente Lula está empenhado na reforma tributária e estamos muito otimistas de que ela possa avançar”, insistiu.

Em linhas gerais, Alckmin explicou aos presentes que o texto ‘simplifica cinco tributos de consumo’, que passarão a se chamar IVA – Imposto sobre Valor Agregado. A intenção é também extinguir a cumulatividade e, com isso, estimular a exportação. O resultado, segundo Alckmin, deve ajudar a reduzir o chamado Custo Brasil.

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