Economia

MPF vai apurar indícios de ‘insider trading’ na venda de ações da Americanas

Nesta semana, o presidente da companhia, Sérgio Rial, renunciou ao cargo e apontou ‘inconsistências contábeis’ ao redor de R$ 20 bilhões na varejista

Foto: Divulgação/Americanas
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O Ministério Público Federal em São Paulo instaurou, nesta sexta-feira 13, um procedimento preliminar para apurar possível prática de insider trading na venda de ações da Americanas. O crime se configura pelo uso de informações privilegiadas para obtenção de lucros ou vantagens no mercado de ações. A informação foi divulgada originalmente pelo jornal Valor Econômico.

Diretores da empresa teriam vendido mais de 210 milhões de reais em ações da empresa no segundo semestre de 2022, conforme documentos divulgados pela companhia no portal de relacionamento com investidores. A movimentação aconteceu pouco depois do anúncio de que a companhia teria Sergio Rial como novo presidente a partir de janeiro de 2023.

Nesta semana, Rial renunciou ao cargo, nove dias depois de assumi-lo, e apontou “inconsistências contábeis” de aproximadamente 20 bilhões de reais na varejista. O diretor financeiro da empresa, André Covre, também renunciou.

Um dos focos do MPF é descobrir se sócios majoritários da Americanas tinham algum conhecimento sobre a situação financeira da empresa no momento da venda das ações.

A empresa também entrou na Justiça com um pedido de tutela de urgência cautelar, depois de concluir que o rombo contábil de 20 bilhões poderia acarretar “no vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de 40 bilhões de reais”. A tutela foi concedida nesta sexta-feira 13 pelo juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, segundo informação do jornalista Lauro Jardim, do Globo.

Com a decisão, ficam suspensas as possibilidades de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa. Também há o adiamento da obrigação da Americanas de pagar suas dívidas até que um provável pedido de recuperação judicial seja feito à Justiça. Assed deu 30 dias à companhia para avaliar se é o caso de recuperação judicial.

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