Economia

Lula retoma críticas ao BC e diz que o País não pode ficar ‘refém’ de Campos Neto

Em entrevista à BandNews FM, o presidente da República enfatizou que Campos Neto ‘não foi eleito para nada’ e criticou juros altos

O presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a pressionar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que reduza a taxa básica de juros, hoje firmada em 13,75%, o maior índice real do mundo.

Em entrevista à BandNews FM nesta quinta-feira 2, Lula disse que o Brasil não pode ser “refém” de Campos Neto, cobrou “responsabilidade” do executivo e enfatizou que ele “não foi eleito para nada”.

Segundo o petista, não há justificativas para o Banco Central manter os juros no nível atual. Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária anunciou o mesmo percentual pela quinta vez seguida.

“Por que esse cidadão, que não foi eleito para nada, acha que tem o poder de decidir as coisas?”, questionou.

Na sequência, Lula ironizou uma declaração de Campos Neto em que se propôs a “ajudar o Brasil”.

Ah, eu vou pensar como é que eu posso ajudar o Brasil… Não, você não tem que pensar como ajudar o Brasil, você tem que pensar como reduzir a taxa de juros, para que este País volte a ter crédito, para que a economia volte a funcionar. É isso que tem que fazer.”

Lula também negou que esteja agindo com “bravata” e afirmou não ter interesse de brigar com o presidente do Banco Central, mas sugeriu falta de legitimidade de Campos Neto para manter a decisão atual sobre os juros.

“Eu acho é o seguinte: este País não pode ser refém de um único homem”, declarou.

O presidente da República argumenta que o cenário de restrição no consumo e baixo crescimento econômico depõe contra a necessidade de manter o atual percentual de juros. Segundo ele, o índice que se vê hoje só seria aceitável se houvesse uma tendência de inflação de consumo.

Além disso, o petista aponta os empresários da “Faria Lima”, em alusão ao atores do mercado financeiro de São Paulo, como únicos beneficiários da política monetária vigente.

Em tempos passados, Lula teria o direito de demitir Campos Neto e nomear quem fosse de seu interesse. No entanto, uma lei aprovada pelo Congresso durante o último governo deu “autonomia” aos mandatos dos dirigentes do Banco Central, o que dificulta a exoneração.

Ex-executivo do Banco Santander, Campos Neto foi escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para assumir o cargo. Em entrevista à TV Cultura no mês passado, ele pediu que o mercado tenha “boa vontade” com Lula, mas rejeitou a ideia de mudar o plano de metas.

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