Economia
Lula cria comissões para discutir salário mínimo e sindicatos e projeta ‘mudar a lógica’ do IR
As medidas foram anunciadas nesta quarta-feira 18, durante um encontro com lideranças sindicais em Brasília
O presidente Lula (PT) se reuniu nesta quarta-feira 18 com representantes de dez centrais sindicais no Palácio do Planalto, em Brasília, para ouvir as principais demandas das entidades.
No evento, ele assinou a criação de uma comissão permanente para instituir uma política de valorização do salário mínimo, com instrumentos de gestão e aprimoramento contínuo.
Trabalharão na elaboração da proposta os ministérios do Trabalho e Emprego; Fazenda; Planejamento e Orçamento; Previdência Social; Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Secretaria Geral; e Casa Civil.
“Não queremos que o trabalhador seja um eterno fazedor de bico. [Queremos] Que tenha direitos garantidos e um sistema de seguridade social que o proteja em momentos de desgraça. Ao invés de fazer por medida provisória, vamos ter de construir juntos. Pois fica mais difícil de desmanchar”, declarou Lula.
A declaração diz respeito ao principal tema em debate no encontro com os sindicalistas: o aumento do salário mínimo. Atualmente, o valor é de 1.302 reais, enquanto a promessa durante o período de transição era de 1.320.
Os representantes da Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical, da União Geral dos Trabalhadores e de outras entidades propõem que o mínimo seja de 1.342 reais.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou no evento a criação de outros dois grupos de trabalho: um para negociação coletiva e fortalecimento dos sindicatos e outro para a regulamentação dos trabalhadores por aplicativos.
“Acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm de trabalhar 14, 15 horas por dia para levar o pão para casa. Isso beira o trabalho escravo”, disse Marinho.
Durante o encontro, Lula também defendeu que uma reforma tributária seja aprovada ainda no primeiro semestre e afirmou que irá “brigar” para mudar a tabela do Imposto de Renda, com isenção para quem recebe até 5 mil reais e aumento da alíquota para as camadas mais ricas.
“A verdade hoje é que o pobre que ganha 3 mil reais paga mais do que alguém que ganha 100 mil reais. Quem ganha muito paga pouco, porque quem ganha muito recebe com dividendos, com lucro”, declarou o presidente.
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