Economia
Justiça suspende 580 demissões na Caoa Chery em SP
Decisão em caráter liminar determina que montadora restabeleça contratos de trabalho sob pena de multa diária de R$ 50 mil


A Justiça do Trabalho determinou em caráter liminar a suspensão das 580 demissões anunciadas pela Caoa Chery no município de Jacareí, em São Paulo. A decisão atende a um pedido feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos.
O juiz Lucas Cilli Horta, da 2ª Vara do Trabalho de São José dos Campos, estipulou um prazo de cinco dias para a empresa restabelecer os contratos de trabalho dos funcionários. Caso desrespeite, a montadora terá de pagar R$ 50 mil em multa diárias.
“Deverão ser imediatamente restabelecidos os contratos de trabalho abrangidos por esta decisão, com efeitos retroativos à data de dispensa, bem como restabelecidas as obrigações contratuais pertinentes”, escreveu o magistrado.
A Caoa Chery anunciou no início do mês que vai interromper a produção de veículos na fábrica de Jacareí, sua principal instalação no País. Segundo a montadora chinesa, a medida serve para adaptar a unidade à produção de carros híbridos e elétricos até 2023.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores foram informados da dispensa por e-mail e telegramas. Desde então, a entidade tenta negociar com a empresa. A montadora sugeriu o pagamento de 7 a 15 salários nominais a título de indenização, mas a proposta foi recusada.
O sindicato tem proposto um layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) de cinco meses com estabilidade e salários integrais. Também foi aprovada uma campanha política cobrando do poder público medidas que evitem o fechamento da fábrica e preservem os postos de trabalho.
A categoria chegou a protestar em campanha contra a paralisação da unidade. Funcionários ocuparam parte da empresa e realizaram uma manifestação em frente ao Consulado da China, em São Paulo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.