Economia

Inflação mantém patamar em abril, mas com alta em medicamentos e planos de saúde

No ano, a alta acumulada da inflação é de 12,72%; já o INPC, que abrange famílias com renda mais baixa, ficou em 0,53% em abril

Foto: Flickr Commons/Governo de Itanhaem
Apoie Siga-nos no

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira 12, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, referente à inflação do mês. O valor ficou em 0,61%, representando uma queda de 0,1% em comparação ao registrado em março (0,71%). Com isso, a alta da inflação em 2023 é de 2,72%. No período referente aos últimos doze meses, a alta, segundo o IBGE, é de 4,18%.

Dessa vez, o principal grupo responsável pela alta foi o de saúde de cuidados pessoais, que teve a maior variação (+1,49%) e o maior impacto do percentual do mês (0,19%). De acordo com André Almeida, analista da pesquisa do IBGE, isso se deve ao fato de que, no final de março, foi autorizado um reajuste de 5,60% nos preços dos medicamentos no país.

“O resultado nesse grupo foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% nos preços nos medicamentos, a partir de 31 de março”, explicou Almeida. Outro fator que contribuiu para a subida dos preços no grupo foi a alta nos valores relativos aos planos de saúde no país (1,20%).

As operadoras de planos de saúde, aliás, vêm se beneficiando, neste ano, não apenas com a alta nos preços. Segundo um balanço da Receita Federal, divulgado no final de abril, a renúncia fiscal relacionada a desonerações concedidas a planos de saúde somaram, no primeiro trimestre deste ano, 799 milhões de reais.

Ainda sobre o resultado inflacionário de abril, o grupo de Alimentação e Bebidas teve uma alta de 0,71%. O preço do quilo de tomate (+10,64%), do leite longa vida (+4,96%) e do queijo (+1,9%) pesaram na conta. 

A inflação nos transportes também cresceu para o mês (+0,56%), mas não tanto quanto em março (+2,11%), o que representa, segundo o IBGE, uma desaceleração. Depois de uma alta de 7,01% em março, os combustíveis tiveram uma queda de 0,44% em abril.

Um setor que vem sentindo as variações nos preços é o de transportes aéreos. Em março, por exemplo, as passagens aéreas caíram, em média, 5,32% no país. Já em abril, houve o inverso: uma significativa alta de 11,97%.

Custos mais altos para famílias de renda mais baixa

O IBGE divulgou, também, a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou alta de 0,53% em abril (em março, foi de 0,64%). Neste ano, o INPC acumula alta de 2,42%.

Diferentemente do IPCA – que abrange um grupo maior de famílias, com renda que vão de 1 a 40 salários mínimos -, o INPC abrange as famílias brasileiras com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos. Na prática, o INPC fornece um quadro mais preciso sobre o impacto da variação dos preços sobre a maior parte das famílias do país. De acordo com dados do próprio IBGE, a renda domiciliar per capita no Brasil, em 2022, foi de 1.625 reais.

O patamar da inflação no país é um fator determinante, por exemplo, para a definição da taxa de juros no Brasil. Com inflação alta, uma das medidas da autoridade monetária – o Banco Central (BC), no caso – pode ser elevar a taxa de juros, visando frear o consumo. A manutenção da Selic em 13,75% vem sendo objeto de críticas do governo federal, de economistas e de agentes do varejo, que argumentam que os juros atuais travam a economia e desestimulam o consumo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo