Economia

‘Inflação do motorista’ dispara e é a maior desde o governo FHC

Índice do Ibre/FGV mede variação de preços de combustíveis e outros itens essenciais aos motoristas

Foto: EBC
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A chamada ‘inflação do motorista’, índice que mede a variação nos preços de combustíveis e outros itens essenciais de quem possui algum veículo, disparou e chegou a 18,46% no acumulado de 12 meses até outubro. Esta é a maior alta registrada desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano 2000.

O levantamento da inflação para o grupo é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, o Ibre/FGV, e foi divulgado pelo site G1 nesta sexta-feira 22.

Em 21 anos, a maior alta já registrada no mês de outubro ocorreu em 2005, com 12,77%. O índice caiu para 5,31% no ano seguinte e recuou ainda mais em 2007 (-2,79%), segundo o Ibre/FGV. Com os atuais 18,46%, o Brasil chega a um patamar próximo do recorde de 20,88% registrado em 2000. A tendência, segundo os pesquisadores, é que o acumulado continue subindo, já que não há perspectivas otimistas de queda no dólar, nem de uma mudança na política de preços praticadas pela Petrobras.

A comparação com índices gerais de inflação para o consumidor também mostram como a alta para os motoristas foi mais acentuada. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,25% até setembro e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 9,75% até outubro.

Ainda de acordo com o instituto, os maiores ‘vilões’ são o etanol (64,45%), a gasolina (40,46%) e o gás natural veicular (37,11%). Peças e acessórios também puxaram o índice para cima (12,06%), assim como o valor dos próprios veículos, 11,27% no automóvel novo e 8,44% no automóvel usado.

Em reportagem recente, CartaCapital mostrou como a escalada no preço dos combustíveis fez com que a atuação de motoristas em aplicativos de transporte se tornasse praticamente inviável. O custo para abastecer um veículo, segundo os próprios trabalhadores, passou a comprometer até 60% dos ganhos com as corridas. De acordo com o sindicato que representa a categoria, o aumento na tarifa repassada pelas plataformas não foi suficiente para conter a debandada de trabalhadores.

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