Economia

IBGE: Brasil fecha junho com mais de 10 milhões de desempregados

Taxa de desocupação melhora, mas rendimento dos trabalhadores caiu 5,1% em apenas um ano

Foto: Agência Brasil emprego trabalho comércio desemprego (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
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A taxa de desocupação do trimestre encerrado em junho deste ano ficou em 9,3%, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada nesta sexta-feira 29 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, o Brasil fechou o período com 10,1 milhões de desempregados.

Os resultados são melhores do que os registrados no trimestre anterior e no mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março deste ano, a taxa era de 11,1%, com 12 milhões de desempregados. Já no trimestre de abril e junho de 2021, o índice superava 14%, com mais de 14,8 milhões de pessoas sem ocupação.

Apesar da melhora na taxa, o rendimento real habitual do brasileiro recuou 5,1% em apenas um ano. Entre abril e junho de 2021, os trabalhadores brasileiros recebiam em média 2.794 reais. Atualmente o valor é de 2.652 reais.

A pesquisa ainda registrou um aumento na taxa de ocupação, que chegou a 56,8% no mesmo período. Ao todo, 98,3 milhões de pessoas estavam empregadas. O índice, de acordo com o IBGE, foi puxado pelo trabalho informal.

“O número de trabalhadores informais, estimado em 39,3 milhões, também foi o maior da série histórica do indicador, iniciada em 2015. Na comparação com o trimestre anterior, houve um crescimento de 2,8%, o que representa mais 1,1 milhão de pessoas. Fazem parte dessa população os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares”, destaca o instituto na divulgação dos resultados.

A taxa de informalidade, de acordo com os dados da pesquisa, foi de 40% no trimestre encerrado em junho. Segundo o IBGE, 13 milhões de brasileiros trabalham sem carteira assinada e outras 25,7 milhões de pessoas trabalham por conta própria, formal ou informalmente. É o maior número para o trimestre desde 2012.

O crescimento no número de informais, segundo o IBGE, está relacionado a algumas atividades do setor de serviços. “Podemos observar que parte importante dos serviços, como os serviços pessoais prestados às famílias, tem grande participação de trabalhadores informais e está influenciando essa reação da ocupação. Isso também tem ocorrido na construção, setor com parcela significativa de informais. Então, a informalidade tem um papel importante no crescimento da ocupação”, explica a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy em nota divulgada pelo instituto.

Empregados com carteira assinada, por sua vez, somam 35,8 milhões. O volume representa um aumento de 2,6% ou 908 mil pessoas frente ao trimestre anterior e 11,5% ou 3,7 milhões de pessoas na comparação anual.

A PNAD Contínua ainda monitorou o volume de brasileiros desalentados, aqueles desempregados que desistiram de procurar ocupação. Neste caso, o grupo somou 4,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em junho, uma queda de 7,1% em relação ao trimestre anterior e 22,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O percentual do grupo é de 3,8%.

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