Haddad mira juros do rotativo e prepara anúncio de 14 medidas sobre o crédito

'As pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado', afirmou o ministro nesta segunda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: TINGSHU WANG/POOL/AFP

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira 17 que buscará alternativas junto às instituições financeiras para reduzir a taxa de juros do rotativo no cartão de crédito.

“O desenho [do rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito”, pontuou. “As pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados.”

Os juros do rotativo bateram a marca de 417,35% ao ano em fevereiro, a maior taxa desde agosto de 2017, segundo balanço divulgado pelo Banco Central. Esta é uma modalidade de emergência utilizada pelos clientes quando não podem pagar o valor total da fatura no dia do vencimento.

O ministro tem um encontro previsto com representantes da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, às 17h desta segunda em Brasília. Segundo Haddad, a redução nos juros do rotativo é uma das 14 ações desenhadas pelo governo para destravar o crédito. O pacote deve ser anunciado nos próximos dias.

Entre as medidas está o programa Desenrola, uma das promessas de campanha de Lula para renegociar as dívidas dos brasileiros. Por meio dele, os credores oferecerão descontos para pessoas com CPF negativado quitarem suas dívidas.

O programa, de acordo com Haddad, já foi avalizado pelo presidente, mas aguarda o desenvolvimento de um sistema para gerir as negociações dos débitos. O software está a cargo da Secretaria de Política Econômica, ligada à Fazenda.


“O modelo do Desenrola foi validado, o desenvolvimento do sistema será contratado e vamos lançar o programa quando o sistema estiver pronto.”

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