Economia

Haddad menciona ‘calote’ de Bolsonaro em precatórios e governadores ao rebater deputado sobre déficit

‘Faz um exame de DNA que você vai saber quem deu o calote’, disse o ministro a Filipe Barros (PL-RJ). Bolsonarista se confundiu e o chamou de Paulo Guedes

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência na Câmara, em 22 de maio de 2024. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), rebateu nesta terça-feira 22 o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) sobre o déficit das contas públicas no terceiro mandato do presidente Lula (PT).

Haddad participou de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

“O déficit não é nosso. O filho é teu. Tem que assumir. Tem paternidade. Faz um exame de DNA que você vai saber quem deu o calote”, disse o ministro. “Vocês deram calote nos governadores. Fizeram caridade com o chapéu alheio”.

Segundo Haddad, o governo de Jair Bolsonaro (PL) “quase quebrou alguns estados”.

“O Zema [Minas Gerais], que é um apoiador do Bolsonaro, em março do ano passado estava na minha sala pedindo para pagar o calote que o Bolsonaro deu nele. O Castro [Rio de Janeiro], o Tarcísio [São Paulo]…”

O ministro se refere às leis complementares que reduziram a alíquota de ICMS sobre itens como combustíveis, energia elétrica, comunicação e transporte coletivo, o que provocou um rombo de 100 bilhões de reais nos orçamentos estaduais, segundo o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal.

Haddad também mencionou os precatórios pagos pelo governo federal – são dívidas reconhecidas pela Justiça contra as quais não cabem recursos. Em dezembro, Lula publicou uma medida provisória que abria crédito extraordinário para pagar 93 bilhões de reais em precatórios acumulados desde a gestão Bolsonaro.

Em fevereiro, as contas públicas fecharam com saldo negativo, resultado principalmente do déficit em razão da antecipação dos precatórios. O setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais – registrou um rombo primário de 48,692 bilhões de reais.

Na audiência desta terça na Câmara, Filipe Barros também se confundiu e, em dado momento, chamou Haddad de Paulo Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro. Deputados presentes riram e pediram que o parlamentar bolsonarista respeitasse o ministro de Lula.

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