Economia

Haddad antecipa anúncio da nova regra fiscal

Prazo inicial para que a nova âncora fiscal fosse levada ao Congresso era agosto e já havia sido antecipado para abril; nesta quarta, ministro garantiu que texto estará pronto em março

Haddad antecipa anúncio da nova regra fiscal
Haddad antecipa anúncio da nova regra fiscal
Haddad viu na ata do Copom um certo voto de “confiança” na política econômica - Imagem: Valter Campanato/ABR
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que pretende antecipar em um mês a apresentação da nova regra fiscal do País para apreciação do Congresso. A intenção agora, diz o ministro, é que o texto esteja finalizado em março.

“Nós vamos, em março, provavelmente, anunciar o que nós entendemos que seja a regra fiscal adequada para o país”, afirmou Haddad nesta quarta-feira 15 durante um evento online promovido pelo banco BTG Pactual.

A nova regra fiscal deverá substituir o teto de gastos estipulado no governo de Michel Temer (MDB). Segundo a PEC da Transição, aprovada no final do ano passado, Haddad tem até 31 de agosto deste ano para apresentar a nova regulação. Há algumas semanas, ele havia prometido o texto para abril.

Segundo esclareceu o ministro, a decisão de mudar pela segunda vez o prazo final para a apresentar a medida foi tomada por ele em conjunto com Simone Tebet, ministra do Planejamento, e Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente da República.

Ele também disse que o modelo não seguirá o do antigo teto de gastos criado pelo emedebista porque, na sua visão, é impossível de ser cumprido. “Nenhum país do mundo adota teto de gastos e não é que não adota porque são menos rígidos, não adota porque em determinados países você não consegue atingir”.

De acordo com o ministro, a intenção é estipular regras mais realistas, mas não menos exigentes. “Sou a favor de metas exigentes, porque senão você não trabalha. Se você botar meta de inflação, meta fiscal não demandante, o Estado para de trabalhar. Então tem que ser rigoroso, mas um ser humano tem que conseguir fazer aquilo”, defendeu.

Ele diz ainda que a intenção é conferir credibilidade ao Brasil com o novo regramento fiscal. “Quando você começa a projetar cenários irrealistas, você vai perdendo a credibilidade, você vai perdendo a interlocução. As pessoas não vão mais acreditar em você”, pregou Haddad novamente contra o teto de gastos.

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