Economia

Governo estima crescimento de 1,6% no PIB e reforça ‘recados’ ao Banco Central

O relatório, divulgado nesta sexta-feira 17, menciona ‘os efeitos contracionistas da política monetária sobre o ciclo econômico’

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O Ministério da Fazenda reduziu de 2,1% para 1,6% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto neste ano. Para 2024, a projeção foi de 2,5% para 2,3%, enquanto para 2025 o governo federal elevou a expectativa de 2,5% para 2,7%.

Segundo o Boletim Macrofiscal divulgado pela pasta nesta sexta-feira 17, há três razões principais para a desaceleração:

  • os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que continuaram a mostrar arrefecimento na margem;
  • os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e o mercado de crédito do que  projetado; e
  • as perspectivas de liquidez reduzida nos Estados Unidos e em outras economias.

Em outro trecho, o relatório aponta “os efeitos contracionistas da política monetária sobre o ciclo econômico e sobre o mercado de crédito”. Trata-se de uma nova referência ao Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto. A taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, está no centro das críticas do governo Lula à instituição.

O Comitê de Política Monetária do BC se reúne na semana que vem para deliberar sobre a Selic.

Entre os aspectos positivos para a atividade em 2023, o governo destaca:

  • as perspectivas de safra recorde de grãos e de recuperação da indústria extrativa mineral, refletindo o maior crescimento chinês;
  • medidas de proteção social no setor de serviços, como o reajuste real do salário mínimo, as mudanças na tabela do Imposto de Renda e os programas Bolsa Família e o Desenrola; e
  • um impulso sobre a indústria de construção com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.

O documento também expõe as projeções do governo sobre a inflação. Para 2023, a previsão do IPCA passou de 4,6% para 5,3%, motivada pelo aumento de preços monitorados, “apenas parcialmente contrabalanceada pela desaceleração esperada na inflação de alimentação no domicílio e de bens industriais”.

Para 2024, a gestão Lula espera um IPCA de 3,5% (era de 3% no boletim anterior) e para 2025 estima um índice de 3%, dentro da meta estabelecida.

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