Economia
Governo brasileiro pretende captar US$ 2 bilhões com títulos verdes lançados em Nova York
O valor deverá ser usado para financiar ações sustentáveis na indústria brasileira e para o combate à crise climática


O ministro brasileiro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou nesta segunda-feira (18), em Nova York, um pacote de títulos verdes para financiar projetos sustentáveis por R$ 10 bilhões. O evento “Brasil em Foco: Mais Verde e Comprometido com o Desenvolvimento Sustentável” é considerado um dos encontros mais importantes da agenda da comitiva brasileira na esteira da Assembleia Geral da ONU.
Segundo o governo brasileiro, a iniciativa é uma forma inédita de financiamento de proteção do meio ambiente. O Brasil irá oferecer ao mercado financeiro internacional títulos da dívida externa com critérios sustentáveis.
Haddad estava acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, além dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. O evento foi realizado na Bolsa de Valores de Nova York.
Financiamento de ações sustentáveis
A expectativa é captar cerca de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões), com a venda dos títulos somente nos Estados Unidos, afirmou Mariana Silva ao chegar ao encontro. O valor deverá ser usado exclusivamente para financiar ações sustentáveis, com o objetivo principal de ajudar a indústria brasileira a se adaptar à nova realidade de combate à crise climática.
Para ajudar nessa transição, o Departamento de Estado americano disse que vai enviar uma “missão verde” ao Brasil no próximo sábado (22) que visitará 25 empresas. O anúncio foi feito após uma reunião bilateral entre Haddad e o representante especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, realizada na tarde de segunda-feira.
Na sequência, os dois participaram de um evento sobre desenvolvimento sustentável no Brasil, com foco na Amazônia.
Discurso de Lula
A necessidade do suporte financeiro das grandes economias mundiais aos países em desenvolvimento para auxiliá-los na luta contra a crise climática, o investimento em economia verde e a defesa da Amazônia também devem ser temas centrais do discurso com o qual Lula abrirá a Assembleia Geral da ONU. A expectativa é que o líder petista convoque os países desenvolvidos a ampliarem o financiamento de esforços em prol da transição energética.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O que disse Lula em seu último pronunciamento na Assembleia Geral da ONU, em 2009
Por CartaCapital
O que esperar do discurso de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU
Por Caio César
Lula e Zelensky se reunirão nesta quarta, em Nova York
Por CartaCapital
Os desencontros entre Lula e Zelensky até a reunião de quarta-feira nos EUA
Por CartaCapital
Resultado eleitoral ‘exótico’ na Argentina pode travar acordo Mercosul-UE, diz Haddad
Por Gabriel Andrade